Crime ocorreu em 2008, após discussão, na Av. Fernando Correa; vítima tinha 20 anos
Motorista pega 19 anos por assassinato no trânsito
A Justiça condenou Francismar dos Santos Abadia, 29, a 19 anos e sete anos de prisão pelo assassinato de Rafael Antunes Moraes, 22, e tentativa de homicídio contra Wesclei da Silva Dorileo, 20.
O homicídio seguido de tentativa ocorreu no dia 14 de setembro de 2008, após uma discussão no trânsito, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, quando ele sacou um revólver e atirou contra as vítimas.
O julgamento ocorreu ontem (4), pelo Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá, presidido pela juíza Mônica Catarina Perry de Siqueira.
Para o promotor criminal João Augusto Gadelha, a decisão dos jurados reflete um quadro de violência urbana, onde os jovens têm a sensação da impunidade.
“O resultado final foi justo, pois retrata a indignação da sociedade pela violência urbana. É uma forma de alerta para quem pretende continuar agindo da mesma forma”, destacou o representante do Ministério Publico Estadual (MPE).
Gadelha lembrou que o caso se assemelha à morte do estudante cuiabano Alexandre Andrade Reyes, 18, assassinado a tiros após uma briga de trânsito, em São Paulo em 2008.
O pai de Alexandre, Heitor Geraldo Reyes, participou do julgamento e, em conversa com amigos, achou a pena justa. Heitor é presidente da Associação dos Familiares Vítimas de Violência em Mato Grosso.
Conforme investigação realizada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francismar dirigia um Gol e levava como passageiros a namorada, a filha do casal e o tio da namorada.
Para desviar de um acidente, Abadia jogou o veículo para a pista da esquerda, “fechando" a motocicleta, conduzida por Wesclei, primo de Rafael, que estava sentado na garupa.
Irritado com a discussão, Abadia sacou de um revólver e disparou contra a motocicleta, atingindo Rafael, que morreu no local.
No momento da discussão, o motociclista estava saindo da região da Chácara dos Pinheiros e seguia em direção ao bairro São Gonçalo, onde morava.
"Antes, porém, houve o atrito no trânsito, o que é comum. O que é incomum é um dos envolvidos atirar”, explicou um policial que participa das investigações.
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