Indústria deverá seguir fraca, avalia Bradesco
Depois de apresentar queda em agosto, a produção industrial deverá seguir fraca nos próximos meses no País. A avaliação é do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, que, em relatório encaminhado ao mercado financeiro e à imprensa, destacou hoje que, especificamente para o mês de setembro, prevê um novo resultado de declínio para a indústria.
De acordo com os analistas do banco, estão sendo considerados para o resultado do nono mês de 2011 fatores, como paralisações no setor automotivo, os níveis de estoques ainda elevados e as perspectivas mais desfavoráveis para a economia mundial. "Com isso, acreditamos que a indústria não mostrará reversão em sua tendência de desaceleração, o que coloca inclusive viés de baixa para nossa projeção de crescimento de 2% da indústria neste ano", escreveram.
Nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que produção industrial caiu 0,2% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que estimaram de uma queda de 1,00% a uma expansão de 1,00%, com mediana negativa. Na comparação com agosto de 2010, a produção industrial subiu 1,8%. Neste caso, as estimativas variavam de uma alta de 0,50% a 3,80%, com mediana de 2,15%.
"A produção industrial seguiu fraca em agosto e a leitura que fazemos desse resultado ainda não é positiva", avaliaram os economistas do Bradesco, que trabalhavam com projeção de queda de 0,80% para o confronto com julho de 2011 e estimativa de crescimento de 1,30% para a comparação com agosto de 2010. "Para tanto, devemos considerar que o desempenho de julho passou por um revisão para baixo, levando o nível da série para um patamar mais baixo e implicando um resultado para o trimestre mais fraco", acrescentaram.
Quanto à abertura dos dados por segmentos, o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco avaliou que o destaque negativo ficou com a produção de bens intermediários, que caiu 0,2%. O banco também listou que a produção de bens de consumo mostrou recuo de 1,3%, puxado pela queda de 2,9% no segmento de bens de consumo duráveis, ao passo que o segmento de semiduráveis e não-duráveis recuou 0,9%. "Por outro lado, a produção de bens de capital trouxe contribuição positiva ao resultado, avançando 0,9% na margem, o que ficou concentrado em caminhões, tratores e aviões", complementaram os economistas.
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