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Economia
Domingo - 02 de Outubro de 2011 às 17:03

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Importação de aeronaves em Mato Grosso aumentou 384,28% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010. A comercialização movimentou US$ 22,047 milhões nos primeiros 8 meses de 2011, contra US$ 4,552 milhões no mesmo período de 2010. Se comparado com os números registrados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, referente ao ano 2000, o aumento nas importações desses equipamentos alcança 492,64%, considerando que naquele ano as importações de aeronaves para o Estado totalizaram US$ 3,918 milhões.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Mato Grosso é o segundo do país com maior número de aeronaves, com um total de 964, superado apenas por São Paulo, onde estão registradas 3,721 mil. Em todo país, o total de aeronaves alcança 12,505 mil. Os aviões adquiridos são modelos executivos e agrícolas, importados dos Estados Unidos (EUA). Diretor geral do Porto Seco em Cuiabá, Francisco Almeida, explica que os compradores são, majoritariamente, agropecuaristas. "Nos últimos 3 anos aumentaram as compras de aviões turbohélice agrícola, utilizados para controle de incêndios e pulverização de fungicidas e inseticidas".

Modelo Air Tractor é um dos preferidos, por comportar maior quantidade de líquido. Mesmo os modelos executivos têm sido adquiridos pelos empresários do agronegócio, que veem no investimento uma alternativa para driblar estradas ruins e longas distâncias. Expansão da aviação regional também contribui para incremento nas importações de aeronaves. "Alguns estão sendo adquiridos por empresas de transporte regional e táxis aéreos".

Almeida acrescenta que, desde que a Estação Aduaneira foi inaugurada em Cuiabá, há 18 anos, o Estado oferece desoneração para importação de aeronaves. Para ele, o único modal de transporte que possui vantagem comercial em Mato Grosso é o aeronáutico. "Trazido dos Estados Unidos, o próprio ‘produto" se transporta e, além disso, estamos com pelo menos duas horas de vantagem até o Hemisfério Norte, se comparado com o Sudeste e Sul".

Especialista em Comércio Exterior, o economista Vítor Galesso explica que a desvalorização da moeda norteamericana favoreceu a compra de aeronaves pelos produtores brasileiros. "Enquanto o Brasil cresce economicamente, a crise internacional atingiu até os Estados Unidos".

A situação provoca barateamento dos aviões, principalmente seminovos. Além da diferença cambial, da crise e maior capitalização dos produtores rurais, outro fator que contribui para o crescimento das importações de aviões é o benefício fiscal. "Os empresários e produtores têm uma redução no gasto com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias)".

Proprietário da empresa Abelha Táxi Aéreo há 23 anos, Hélio Vicente revela que adquire até duas aeronaves por ano, para renovar frota composta por 10 aviões. "O mercado é promissor". Empresas do segmento se beneficiam das longas distâncias, precariedade das rodovias e do transporte terrestre. Clientes atendidos são executivos, produtores do agronegócio e casos de emergência em saúde.

Para Vicente, a aviação comercial tem se expandido muito, mas em Mato Grosso as rotas atendidas são limitadas. "As companhias aéreas atendem com mais qualidade apenas alguns municípios, como Sinop e Alta Floresta, então muita gente ainda opta pelo táxi aéreo".

O serviço é prestado mediante pagamento por hora de voo, sendo cobrado em média R$ 1,850 mil por hora. "Por isso, se durante o voo for preenchida todas as vagas, o valor é o mesmo cobrado para transporte de um único passageiro, explica Vicente. Capacidade máxima da aeronave convencional utilizada para o serviço, sendo modelo bimotor de pequeno porte, é para 5 passageiros e um piloto.

Mesmo com expansão da aviação civil, o serviço de táxi aéreo não sofreu barateamento no Estado. "O custo se mantém e a gasolina de aviação representa 32% do valor do voo". O empresário estima que exista, em Cuiabá e Várzea Grande, 8 concorrentes diretos. "A concorrência já foi maior, mas com as exigências da Anac muitas empresas abandonaram a atividade".





Fonte: A Gazeta

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