Polícia disse que camelôs tentaram vender produtos de forma ilegal
Oito camelôs são detidos durante confronto com a polícia
Mais de 100 vendedores ambulantes e cerca de 30 policiais militares entraram em confronto neste sábado (1º) na Praça Ipiranga, na Rua 13 de Junho, em Cuiabá. Durante o tumulto, oito camelôs foram detidos por desacato à autoridade, suspeita de agressão e desobediência. Segundo a Polícia Militar, a confusão começou ao tentar se fazer cumprir uma liminar proferida nesta semana pela Justiça proibindo o comércio ambulante no centro da capital.
A briga começou no final da manhã após os camelôs serem flagrados com mochilas contendo produtos para a venda. Os ambulantes, porém, não aceitaram que as mercadorias fossem recolhidas, o que gerou conflito em praça pública.
Segundo o capitão do 1º Batalhão, Wesmensandro Rodrigues, os fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente foram chamados para apreender os produtos dos ambulantes, causando revolta nos trabalhadores. “A ideia foi impedir o comércio como determinou a liminar, mas infelizmente não foi possível fazer isso sem usar a força física”, explicou o capitão, ao informar que alguns de seus homens também foram feridos no confronto.
No entanto, segundo a versão do presidente do Sindicato dos Camelôs, Augusto Ferreira da Silva, os ambulantes não estavam no centro da cidade para vender produtos. “Eles sabem que devem cumprir a liminar. Eles estavam no local apenas com os produtos dentro de uma mochila”, defendeu. Ele afirmou ainda que, diferente do que informou a polícia, alguns PMs quiseram apreender, sem a presença de fiscais, os produtos dos ambulantes.
Liminar
Desde a última terça-feira (27), os camelôs estão impedidos de montar bancas na região central da cidade. No dia da decisão, quase 100 policiais militares e fiscais da prefeitura ocuparam a Praça Ipiranga para coibir o comércio ambulante. A partir de agora, a categoria está proibida de trabalhar nas ruas do centro da capital a pedido do Ministério Público do Estado (MPE).
O Sindicato dos Camelôs vai se reunir com os representantes da prefeitura e do MPE na próxima segunda-feira (3). O sindicato e a associação que representam os ambulantes aguardam a criação de um espaço adequado para que a categoria possa trabalhar legalmente. A vendedora ambulante Janaína Ribeiro explicou que estão sendo analisados três locais onde os vendedores poderão atuar na região central. Eles cobram um local semelhante ao Mercado do Porto, que permite o comércio em um local específico.
O possível espaço concedido aos vendedores pode ser galeria comercial, mercado livre ou feira. Entre as medidas de controle, as barracas serão padronizadas, cada comerciante terá uma identificação pessoal e intransferível, além do que será proibida a comercialização de produtos falsificados, assim como CDs e DVDs piratas.
O secretário-adjunto de Meio Ambiente, Anildo Aparecido de Arruda, disse em outra oportunidade que, desde que os ambulantes foram notificados, iniciou-se um debate sobre a possibilidade deles permanecerem no local. Mais de 170 dos 300 vendedores foram cadastrados no ano passado. Eles passariam a ocupar provisoriamente a Rua Antônio Maria, na região central de Cuiabá, desde o Palácio da Instrução até o entroncamento com a Travessa João Dias; a Travessa Avelino Siqueira entre as ruas Antônio João e 13 de junho; e a Travessa Coronel Poupino, localizada atrás do “Ganha Tempo”.
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