O presidente mundial da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, anunciou neste sábado, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, a ampliação da fábrica da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, e a construção de uma unidade da Nissan no município de Resende, no Estado do Rio de Janeiro. Os valores dos dois empreendimentos e a geração de postos de trabalho só serão divulgados no decorrer da semana.
Atualmente o Brasil representa o quarto mercado automobilístico mundial. A Renault tem 5,5% de participação no mercado nacional, e a Nissan, 1%. As perspectivas da aliança entre as duas fabricantes é que, em 2016, a Renault detenha 8% do mercado brasileiro e a Nissan outros 5%.
"O Brasil é hoje o terceiro mercado para a Renault e muito provavelmente vai ficar no final deste ano em segundo lugar, perdendo apenas para a França. O investimento no Brasil é da maior importância. Para Nissan, é mais um potencial futuro para desenvolvimento do que hoje é um mercado importante. O que queremos fazer depois desses investimentos é manter Brasil como mercado estratégico. Consideramos o Brasil um dos mercados mais estratégicos em termos de desenvolvimento, em quantidade e também em desenvolvimento tecnológico", disse Ghosn.
Questionado, o executivo evitou polemizar sobre a recente decisão do governo federal de aumentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos importados. Em 15 de setembro, o governo anunciou um forte aumento na taxação de veículos importados numa ofensiva para estimular a produção nacional. O IPI foi elevado em 30 pontos percentuais, para até 55%, até o final de 2012, e a medida passou a valer já em 16 de setembro, atingindo principalmente marcas asiáticas que, por enquanto, estão trabalhando apenas com importação de produtos prontos no país. Para não serem atingidas pela taxação de IPI, o governo exige das montadoras índice de nacionalização de 65% e o cumprimento de etapas produtivas no Brasil.
"A decisão do governo de aumento de IPI é uma decisão que para as montadoras vai ser um incentivo para produzir localmente. Ter uma taxa de conteúdo local acima de 65% é uma taxa totalmente normal. 65% de conteúdo local é um nível que consideramos totalmente razoável para quem quer realmente contribuir para o desenvolvimento do Brasil. Na china é de 90% e na Índia também é de 90%", comentou ele
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