Nos últimos 8 anos, 130 mil saíram da linha da pobreza no Estado
MT tem que acabar com fome entre 170 mil habitantes
Cerca de 130 mil mato-grossenses saíram da linha da pobreza nos últimos oito anos, segundo dados do IBGE. Entretanto 170 mil ainda permanecem em condição de miséria, como aponta a Organização das Nações Unidas (ONU). Os números foram apresentados pelo secretário-adjunto de Estado da Casa Civil, Gilson da Silva, e revelam que muito trabalho ainda tem que ser feito para erradicar a pobreza em Mato Grosso. A intenção é atingir uma das oito metas do milênio que foram estabelecidas pela ONU em 2000, que ficaram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O Brasil é signatário no desenvolvimento dessas ações.
Ontem ocorreu em Cuiabá o lançamento da 4ª edição do Prêmio ODM Brasil, que visa incentivar ações, programas e projetos de prefeituras e organizações públicas ou privadas que contribuam para o cumprimento dos ODM no Brasil. "O Brasil já atingiu os objetivos. Se olharmos o mapa dos relatórios do país, estamos bem. O problema está ao destacarmos municípios de regiões diferentes. Aí vamos ver diferenças imensas", apontou a assessora da Secretaria Geral da Presidência da República, Lígia Maria Alves Pereira. Umas das apostas para reduzir essas desigualdades e ampliar os índices é a "municipalização" das ações.
Em Mato Grosso quem saiu na frente foi o município de Poconé (100 Km de Cuiabá). "Aderimos ao projeto e vamos criar um núcleo do Movimento Nós Podemos em Poconé", confirmou o prefeito Arlindo Márcio. "Em cada um dos objetivos, já atuamos, como garantir ensino de qualidade. Acreditamos que trazer as famílias para a escola é um passo fundamental, por isso, temos o projeto Arara Azul, que envolve toda família com atividade com música e esportivas", contou o prefeito.
A secretária de Assistência Social e Desenvolvimento Humano de Cuiabá, Regina Kaezer, adiantou que o município irá aderir ao programa.
"Temos projetos que são eficientes para atingir as metas. Um exemplo é o Simina, que trabalha com meninas de sete a 14 anos no contraturno escolar e há três anos erradicou casos de gravidez na adolescência e de repetência escolar", citou.
Para o superintendente regional de Trabalho e Emprego de Mato Grosso (STRE-MT), Valdiney Arruda, o mais importante do prêmio é fazer com que a sociedade discuta os problemas. "Acreditamos que não tem como acabar com a fome, que é o objetivo número 1, sem falarmos em acesso a mercado de trabalho, e não tem como ter oportunidades sem melhorar a escolaridade, ou seja, todos os objetivo estão ‘lincados". E para que haja desenvolvimento todos tem que estar envolvidos", acredita.
O prêmio é realizado desde 2005. Mato Grosso conquistou o prêmio uma única vez, em 2009, quando a cooperativa Curimbatá, formada por 38 cooperados do Jardim das Palmeiras, em Cuiabá, e da comunidade de Pai André, em Várzea Grande, foi uma das entidades contempladas.
Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são acabar com a fome; garantir ensino fundamental de qualidade a todos; promover igualdade entre os sexos e valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater a Aids, malária e outras doenças; promover a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente, e ter todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.
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