Medicamentos são usados para controle de esquizofrenia e transtorno bipolar. Caixa do remédio custa R$ 400 e deveria ser distribuído gratuitamente.
Faltam remédios para pacientes psiquiátricos em Salvador
Pacientes que precisam utilizar remédios para o tratamento da esquizofrenia e do transtorno bipolar, doenças psiquiátricas, não estão encontrando os medicamentos que são distribuídos gratuitamente em Salvador. A interrupção do tratamento provoca crises que pioram o estado de saúde dos pacientes. A caixa do remédio custa R$ 400 e muitas pessoas não têm como pagar pela medicação.
A representante comercial Raimara Matos esteve no Hospital Mário Leal, especializado em doenças mentais, no bairro do IAPI, na manhã desta quinta-feira (29), em busca do remédio Seroquel para o irmão e não encontrou. “Há mais de duas semanas eu venho ligando e hoje eu vim confirmar e realmente não tem. Não tem previsão de chegar”, afirma.
O medicamento Seroquel tem como principal substância a Quetiapina, utilizada no controle da esquizofrenia. O remédio é usado pelo irmão de Raimara Matos há cinco anos e com a falta do medicamento ela teme um possível surto. “Ele [o irmão] usa o medicamento para manter-se em equilíbrio, a falta dele complica a vida, não só dele, como também dos familiares e de quem está convivendo com ele no cotidiano. Ele se torna mais agressivo, ou seja, perde o controle da sanidade de mental”.
Segundo o estudante Salomão Júnior, esta é a segunda vez neste ano que falta o medicamento na capital baiana e por isso sua mão teve uma crise. “No começo do ano faltou [o remédio] e eu liguei várias vezes [para os hospitais que distribuem a medicação]. Isso durou meses, eu ligando e eles dizendo que não tinha, a ponto de minha mãe ter uma crise. Ela perdeu a estabilidade que o remédio dava e até hoje ela não recuperou”, explica.
Os pacientes precisam de três caixas do medicamento por mês, um custo total de R$ 1.200. Os familiares de quem depende dos remédios reclamam da situação. “Quando a gente chega aqui e não tem o remédio a gente não tem condição de dar esse medicamento pra ela”, diz o estudante Salomão Júnior, que procura o medicamento para a mãe dele.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que a responsabilidade da distribuição do medicamento é do Ministério da Saúde e que não tem autonomia para comprar o produto. A Sesab informou ainda que solicitou novamente os remédios ao Governo Federal, mas não tem previsão de quando irá chegar.
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