Ministério da Saúde anuncia criação de 21 unidades nas regiões norte e nordeste. Medida vai ampliar assistência principalmente a bebês prematuros.
Brasil amplia rede de bancos de leite materno
Em comemoração ao Dia Nacional de Doação de Leite Humano (1º de outubro), o Ministério da Saúde anuncia a ampliação da rede de bancos de leite materno a partir da criação de mais 21 unidades e, ainda, a aquisição de 56 novos equipamentos de pasteurização. Essas estruturas são direcionadas a localidades prioritárias do Norte e Nordeste, com o objetivo de atender a crescente demanda nestas regiões e manter os padrões de qualidade na captação e oferta do leite doado. O reforço na rede será anunciado, nesta tarde, pela secretária-adjunta de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Cleusa Bernardo, durante o III Encontro Nacional de Referências Estaduais de Bancos de Leite Humano, que vai até amanhã (30), na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fioruz), em Brasília.
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a maior e mais complexa do mundo. Atualmente são 203 bancos de leite e 106 postos de coleta implementados no país. E, continuamente, o governo federal investe na ampliação e modernização da capacidade dos bancos de leite e também na qualificação dos profissionais que atuam nesta área. Por ano, são recolhidos cerca de 150 mil litros de leite humano, que passam pelo processo de pasteurização e adquirem qualidade certificada para serem distribuídos a mais de 135 mil recém-nascidos; principalmente, àqueles que estão hospitalizados.
Outra novidade é que, a partir do ano que vem, a doação de leite humano ganhará uma data comemorativa internacional: 19 de maio. O Brasil propôs a criação deste dia e dá início a uma mobilização mundial a favor da valorização da doação de leite materno. A data foi definida em homenagem à assinatura da 1º Carta de Brasília. Este documento concentra os esforços internacionais para o enfrentamento da mortalidade infantil e aponta as estratégias relacionadas aos bancos de leite humano para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015, conforme estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
CAMPANHA – Com o slogan “Para você é leite. Para a criança é vida”, o Ministério da Saúde também lança, nesta quinta-feira (29), a Campanha Nacional de Doação de Leite Humano 2011, que tem como madrinha a apresentadora Luciana Gimenez. A campanha tem o objetivo de mobilizar e conscientizar a população sobre a importância da doação como também aumentar o volume anual de leite humano coletado.
Por ano, cerca de 115 mil mães participam deste gesto de solidariedade e amor, que beneficia mais de um milhão de mulheres, gestantes e nutrizes que recorrem aos Bancos de Leite Humano em busca de apoio assistencial para amamentar diretamente seus filhos. Ações incentivadoras ao consumo de leite materno pelas crianças menores de dois anos contribuem para reduzir a desnutrição e a mortalidade infantil, que, além de ser um dos Objetivos do Milênio, é uma das principais metas da Rede Cegonha. A estratégia – lançada pela presidenta Dilma Rousseff em março deste ano, sob a coordenação do Ministério da Saúde – constitui-se em medidas direcionadas à melhoria da atenção à saúde da mulher e do bebê (até o segundo ano de vida da criança).
QUALIFICAÇÃO – Os 28 Centros de Referência Estaduais que integram a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano utilizarão, a partir deste ano, uma ferramenta de gestão chamada BLH-WEB, que permite a certificação da qualidade dos bancos de leite. Este dispositivo traz, como diferencial, a possibilidade de monitoramento e avaliação das unidades bem como permite assessoria técnica remota em tempo real. A ideia é que a utilização da BLH-WEB passe a ser utilizada por todos os 203 bancos de leite do país. A apresentação desta ferramenta consta da programação do III Encontro Nacional de Referências Estaduais de Bancos de Leite Humano.
SOLIDARIEDADE – O leite materno para os recém-nascidos (principalmente, os hospitalizados) é muito mais que um simples alimento, pois aumenta as chances de recuperação do bebê se a alimentação exclusiva com ele for possibilitada durante o período em que a criança está impossibilitada de ser amamentada pela mãe. Isto geralmente ocorre nos casos em que o bebê está internado em UTI neonatal.
Para ser uma doadora, a mulher precisa, além de apresentar excesso de leite, ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar o leite e a doar o excedente. Para realizar a doação, a lactante deve entrar em contato com o banco de leite de sua cidade para receber o frasco esterilizado, no qual depositará o leite. Depois disso, deverá manter o frasco no congelador ou freezer e aguardar que uma equipe vá à casa dela para o recolhimento do leite doado. Em algumas cidades, os bancos de leite humano realizam parcerias com outros órgãos para a coleta do leite doado.
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