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Economia
Quinta - 29 de Setembro de 2011 às 08:21
Por: MARIANNA PERES

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A Companhia Mato-grossense de Gás (MT) está finalizando a planilha de custos que vai determinar o novo preço do metro cúbico do gás natural veicular (GNV) no Estado, que estará em vigor a partir de outubro. A alta é reflexo direto da oscilação do dólar, cuja cotação rompeu a casa de R$ 1,90 na semana passada e não de reajustes sobre o preço contratado para cada milhão de BTU (MBTU) desta commodity.

O novo valor não está confirmado, mas considerando apenas as alterações da moeda norte-americana o metro cúbico se aproximaria de cerca de R$ 1,70 na bomba, na Capital. Até o último dia 27, a valorização cambial acumula elevação de 14,8% no mês.

Atualmente, o combustível custa ao consumidor R$ 1,49, em Cuiabá e Várzea Grande, e R$ 1,59 em Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). Com preço médio de R$ 1,54 no Estado, Mato Grosso tem um dos preços mais competitivos do Brasil. Conforme a última pesquisa realizada no varejo pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre ao dias 11 e 17 deste mês, o preço em vigor, em Mato Grosso, é o segundo mais barato, empatado com o Paraná e atrás somente da média de R$ 1,31, no estado de São Paulo.

Conforme o presidente da Companhia, Helny de Paula, o dólar é a moeda de compra do combustível e que diante de altas significativas, como as observadas desde a segunda quinzena de agosto, a MT Gás se vê na obrigação financeira de repassar essa movimentação ao consumidor, “afinal, não podemos mais absorver essas oscilações”. Como exemplo da força do dólar – que reverbera o momento de instabilidade da economia norte-americana e europeia – em duas semanas a cotação saltou de R$ 1,65 para mais R$ 1,90. E até julho, o câmbio mantinha média de R$ 1,57. Nesta última semana de setembro o dólar acumula alta de 5,5%.

Conforme o presidente da MT Gás o Estado paga US$ 6 por MBTU à estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Em um cenário com o câmbio a R$ 1,57, por exemplo, como foi a média de julho, cada milhão de BTU custava R$ 9,42. Utilizando a cotação de R$ 1,90, o mesmo MBTU vai para R$ 11,40. “Apesar de recentes mudanças no cenário internacional, que influenciam também a cesta do petróleo, que por sua vez provocam altas sobre os combustíveis, estamos desde 2009 com o preço congelado, sem qualquer reajuste ao consumidor”.

O consumo mensal, entre GNV e gás natural utilizado pela Sadia, em Várzea Grande – única planta que utiliza essa matriz energética como fonte alternativa – é de cerca de 400 m³ no Estado.

COMPETITIVO – Mesmo com os reajustes sendo algo a contra gosto para qualquer consumidor, a alta sobre o GNV não tirará deste combustível a posição privilegiada de ser vantajoso em relação ao etanol e à gasolina. Se a cotação na bomba ficar na casa de R$ 1,70 ao GNV, ele seguirá como o mais barato no Estado, já que somente na Capital, o etanol hidratado tem preços entre R$ 1,84 a R$ 1,99 para cada litro e a gasolina pode ser encontrada por R$ 2,71 como também por até R$ 2,89.

Entre os três combustíveis, o etanol é o mais volátil nos preços. Em agosto de 2009, o litro era comercializado em média, em Cuiabá e Várzea Grande, por cerca de R$ 1,07, com registros de até R$ 0,99 no primeiro semestre daquele ano. Em 18 de agosto do ano passado, o litro tinha cotação média de R$ 1,56 e mesma época deste ano, foi a R$ 1,60, até atingir o pico de R$ 1,99 neste mês. Comparando os valores de bomba de 2009 com o atual, até R$ 1,99, há incremento de 85% em 24 meses.




Fonte: Do DC

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