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Polícia Brasil
Quinta - 29 de Setembro de 2011 às 07:25

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O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, aceitou nesta quarta-feira o pedido de exoneração do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, que deixou o cargo alegando ser o responsável pela escolha de comandantes, chefes e diretores da corporação e, portanto, a autoridade sobre a qual pesa a nomeação do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, indiciado pela execução da juíza Patrícia Acioli no dia 11 de agosto.

Em seu pedido de demissão, Duarte diz que assumiu uma "nobre missão" na Polícia Militar "comprometido com a honra" e que agora deixa o cargo "norteando tal decisão neste mesmo imperativo de valor". A escolha de Cláudio Luiz, diz Duarte, "não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim".

O agora ex-comandante exaltou a política de segurança levada a cabo por Beltrame. "O Estado, sua população, cada pessoa que por aqui transita em busca de paz e bem, devem continuar confiando nesta Política Pública que privilegia a vida, descontrói o ódio e reacende esperanças". De acordo com nota divulgada nesta noite pela secretaria, Beltrame "lamentou a saída" de Duarte, mas esclareceu que "tem por política conceder autonomia às chefias das polícias para que, em nome da eficiência, possam buscar as melhores medidas administrativas e técnicas para ajudar na implementação da política de segurança".

Duarte se encontra em licença médica e, de acordo com a nota da secretaria, "reconheceu o equívoco e, ciente do desgaste institucional decorrente de sua escolha, pediu, voluntariamente e em caráter irrevogável, para deixar o comando da PM". A secretaria informou que o nome do novo comandante-geral será divulgado "o mais breve possível".

Tenente-coronel foi processado por Acioli
A decretação da prisão do tenente-coronel ocorreu após a confissão de um dos cabos que executaram a juíza Patricia Acioli. Ele afirma que Cláudio Luiz de Oliveira foi o mandante do crime. O cabo, que estaria ameaçado de morte, obteve o direito à delação premiada (com provável redução de pena) e foi incluído no programa de proteção à testemunha. Ele disse que usou duas pistolas no crime, o que confirma a versão dada pela polícia de que a juíza morreu com 21 tiros de pistolas 40 e 45.

Oliveira, detido na terça-feira, foi processado pela magistrada em setembro de 1989, durante a partida de futebol entre Brasil e Chile no Estádio do Maracanã pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Patrícia, então defensora pública, estava no meio de um grupo de torcedores envolvidos em uma briga. Oliveira levou todos para a delegacia, mas Patrícia lhe processou por abuso de autoridade. Ele acabou absolvido.

Considerado linha dura pelos companheiros de corporação, o oficial já chefiou o Serviço Reservado (P-2) do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 16º BPM (Olaria). Com 26 anos de PM, o tenente-coronel completou em 1989 o curso de Operações Policiais do Bope e ficou ficou 11 meses no comando do 7º BPM, em São Gonalo, segundo maior município do Estado. Cláudio Luiz foi exonerado do comando do 22º BPM (Maré) e ficará recolhido no presídio de Bangu 8, para onde outros cinco policiais presos suspeitos de participação no crime também serão levados.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Com informações do jornal O Dia e do Jornal do Brasil.





Fonte: Terra

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