"Nos negaremos a participar das eleições se o artigo 5 da lei eleitoral - que proíbe aos partidos apresentar candidatos a um terço das vagas parlamentares - não for cancelado", destaca um comunicado emitido após reunião dos partidos membros da "coalizão democrática".
A coalizão inclui o Partido da Liberdade e Justiça, derivado dos Irmãos Muçulmanos, e o Partido Liberal Al Waf.
A lei eleitoral promulgada por decreto militar na terça-feira prevê "a eleição de dois terços dos deputados pelo sistema de listas fechadas e representação proporcional, e um terço por votação nominal" reservada a candidatos independentes.
O artigo 5 do decreto estabelece ainda que os candidatos independentes eleitos não poderão se unir a qualquer bloco parlamentar, sob risco de perda do mandato.
"A coalizão democrática" destaca sua "surpresa com a posição do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que rejeitou o pedido das forças políticas para a eleição de todos os membros do Parlamento por meio de listas fechadas proporcionais".
O Conselho "adotou um sistema que priva os partidos políticos da capacidade de apresentar candidatos" a um terço das cadeiras do Parlamento, "o que significa que a disputa por estas vagas se dará apenas entre candidatos independentes e do antigo regime".
O sistema eleitoral misto é alvo de uma intensa polêmica há semanas e muitos acreditam que as cadeiras reservadas aos candidatos "independentes" são uma forma de preservar os representantes do antigo poder.
As primeiras eleições parlamentares no Egito desde a queda do presidente Hosni Mubarak começarão em 28 de novembro próximo, marcando o início de um processo eleitoral no qual o Exército promete a volta de um governo civil.
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