Diante da decisão, o conselho deixa de investigar as suspeitas que recaíam sobre o deputado. Valdemar era suspeito de envolvimento no suposto esquema de superfaturamento de obras e de cobrança de propina no Ministério dos Transportes. O deputado acompanhou a leitura do relatório em silêncio, ao lado de um advogado. Antes de começar a ler o relatório que pedia a abertura do processo e que foi rejeitado, Francischini afirmou que não tinha nada contra o deputado Valdemar Costa Neto.
O relatório de Francischini começou a ser apresentado no Conselho de Ética da Câmara por volta das 14h30. No documento, composto por 12 páginas, ele afirmou que Valdemar praticou atos "incompatíveis com o decoro parlamentar".
De acordo com o relator, a falta de decoro estaria baseada em três fatos: abuso de prerrogativa assegurada a membro do Congresso Nacional, divulgação de uma entrevista de rádio em que o deputado admite a suposta prática de tráfico de influência e a percepção de vantagens indevidas, por meio do esquema de superfaturamento de obras, tráfico de influência e cobrança de propina no Ministério dos Transportes. Após a leitura do texto, Francischini falou que não tinha nada pessoal contra o deputado acusado.
"Isso [pedido de abertura de processo] não traz nenhum prazer. È uma missão espinhosa. Eu não tenho nada pessoal contra o deputado Valdemar Costa Neto", afirmou.
Logo após a leitura, os parlamentares começam a discussão do relatório. O deputado Wladmir Costa (PMDB-PA) criticou o pedido de abertura de processo feito pelo relator. Segundo Costa, o relatório foi feito sem provas.
"Isso era denuncismo barato. É uma pirotecnia gratuita", disse o deputado Vladimir Costa (PMDB-PA)
Também integrante do conselho, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) disse que, caso os parlamentares aceitassem a abertura do processo, poderiam aumentar o desgaste político da Casa.
"Se toda a vez que sair uma acusação contra nós, políticos, que pode sair . Admitir é um desgaste da Casa, aumentar o desgaste nosso e vamos banalizar este conselho", disse o deputado Aumari Teixeira (PT-BA).
O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), disse que o relatório de Francischini não poderia ser aprovado com base em investigações que ainda viessem a ser feitas.
"Não posso abrir processo baseado naquilo que ainda vai vir pela frente", disse.
Defesa
Em sua defesa, Valdemar Costa Neto afirmou que foi condenado por um crime que não cometeu.
"Venho a este conselho reiterar os esclarecimentos que já prestei, aos meus companheiros de partidos, minha família e amigos. Apresento-me a este conselho em busca da defesa. Fui acusado de crimes que não cometi, sem que fossem apresentadas provas", afirmou o deputado.
Em sua defesa, Valdemar afirmou que a representação contra ele no Conselho, baseada em "textos publicados em jornais e revistas", seria enfraquecida em provas.
"Em primeiro lugar, a entrevista da revista mentiu descaradamente. A revista em questão não apontou prática ou indícios. Apenas trouxe acusações sem apresentar acusadores. Não trouxe nomes nem valores, apenas publicou um texto que acusa, julga e condena num só tema", disse o deputado.
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