Casa do Índio virou Cemitério de viaturas da Funasa
Uma verdadeiro cemitério de carros detonados é o que virou a Casa do Índio mantida pela Fundação Nacional do Índio (Funasa) no município de Aragarças-GO divisa com Barra do Garças, 503 km de Cuiabá. O mais impressionante que são caminhonetes e carros seminovos de 2006 para cá faltando peças, pneus e até motor que estão sem manutenção apodrecendo no sol e na chuva.
O cemitério de viaturas da Funasa funciona na antiga sede do Grande Hotel, que na década de 50 hospedou o presidente Getúlio Vargas e um príncipe do Pais de Gales que visitou a região do rio Araguaia. As viaturas foram encostadas com problemas mecânicos e falta até mesmo de peças enquanto isso o governo adquire novas viaturas para manter o atendimento aos 12 mil índios xavantes e 800 bororos que existem na região de Barra do Garças.
Um dos prestadores de serviço para Funasa, o empresário Roberto Garcia Miranda, proprietário da oficina Mundial Auto Center, disse que a maioria das viaturas foram estragadas de maio para cá justamente no período que a Funasa rompeu o contrato com a prestadora de serviço Good Card, do Rio Grande do Sul, responsável pelo serviço de manutenção das viaturas. “O contrato foi rompido por suspeita de irregularidade e nós que éramos terceirizados desta empresa ficamos no prejuízo”, explica Miranda.
O empresário barra-garcense disse que tem R$ 100 mil para receber da Funasa. Sobre o cemitério das viaturas, Miranda acredita que é um desperdício de dinheiro público porque são viaturas seminovas que devidamente reformadas podem ser novamente utilizadas pela comunidade indígena. “É fácil quebrar e parar uma viatura e compra outra nova porque é dinheiro público. Deveria se ter uma fiscalização melhor sobre isso”, argumenta.
Segundo Miranda, esse assunto já foi repassado ao Ministério Público Federal e a Procuradoria Geral da República (PGR) para apurar essa situação. Enquanto isso os veículos estão se acabando no pátio da Funasa em Aragarças aguardando a realização de um leilão.
Desde maio de 2010, segundo Miranda, a sua oficina reformou e arrumou 42 viaturas acumulando uma dívida de R$ 100 mil que ele aguarda ser ressarcido pela Funasa. “Existe outros fornecedores na mesma situação do que eu”, completou.
Procurada a unidade da Funasa de Barra do Garças, a direção informou que não pode se manifestar sobre o assunto e somente através de assessoria em Cuiabá ou Brasília
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