O contrato final foi assinado no dia 13 de setembro pela estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Petrobras e a empresa Pantanal Energia (EPE), que continuará na administração da usina. “A Bolívia tem um contrato com a Petrobras para o envio do gás e parte desse volume recebido pela estatal brasileira será repassada para a termelétrica. A EPE continua administrando a usina, que será arrendada pela Petrobras”, explicou o presidente da EPE, Fábio Garcia. Esse acordo tem data para terminar: dezembro de 2012. Conforme ele, a energia gerada ficará disponível para o operador do sistema elétrico.
O gerente de Negociação de Contratos de Energia da Petrobras, João Marcello Rangel Barreto, ressaltou a importância do empreendimento para o setor elétrico nacional, mas avisou que ainda não será demandada a energia produzida pela termelétrica de Cuiabá. Para Barreto, essa circunstância ainda não é prevista, já que as hidrelétricas espalhadas pelo país estão com os reservatórios cheios. “As condições são as melhores dos últimos 10 anos”, ressaltou.
O governador do estado, Silval Barbosa, acrescentou que o funcionamento da usina garante além da estabilidade energética, a certeza de que o gás estará disponível para o uso veicular (GNV) e para as indústrias. De acordo com ele, os próximos passos serão a criação de um duto para levar o gás até o Distrito Industrial de Cuiabá. Outro projeto é expandir o fornecimento do produto para outros municípios do estado. “Precisamos estreitar mais os relacionamentos para que ocorra novas parcerias que beneficie os dois lados”.
O diretor de gás natural da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Sosa, também destacou o relacionamento entre as partes envolvidas para que a usina voltasse a funcionar e garantiu que o fornecimento do gás não será interrompido. O contrato firmado com a Petrobras, desde 1999, é uma garantia que as parcerias não serão desfeitas até o término do contrato.
Importante
O governo mato-grossense tem um contrato paralelo e independente com a Bolívia para o fornecimento de gás natural por mais oito anos para o mercado de combustíveis e indústrias. Essa distribuição foi firmada em contrato direto do governo de Mato Grosso com a Bolívia em setembro de 2009. A relação da retomada da usina com o mercado veicular e industrial tem a ver com o custo de transporte do produto, via gasoduto, da cidade de Chiquitos, na Bolívia, passando por San Matias e Cáceres até a chegada em Cuiabá, somando 643 quilômetros.
O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, explica que seria inviável transportar gás natural somente para abastecer o mercado de gás consumidor mato-grossense, excluindo a usina. “Enquanto a termelétrica precisa de 2,2 milhões de m³/dia, os postos de combustível comercializam aproximadamente 30 mil m³/dia. E o custo é o mesmo para utilizar o gasoduto seja para qualquer volume, contabilizando cerca de US$ 500 mil por mês”.
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