Avaliada em R$ 1,1 bilhão, unidade em Cuiabá ficou 18 meses inativa, gerando prejuízos
Reativada, usina pode abastecer 60% de Mato Grosso
A Usina Termoelétrica Governador Mário Covas, administrada pela Empresa Pantanal Energia (EPE) e avaliada em R$ 1,1 bilhão, foi reativada nesta terça-feira (27), após 18 meses de inatividade.
Com capacidade para produzir até 530 megawatts de energia e atender à demanda de energia de 60% do Estado, a usina conta com um gasoduto de 642 km de extensão (ligando Cuiabá à Bolívia), capaz de transportar até 7,8 milhões de m³ por dia.
Destes, a EPE utiliza apenas 2,2 milhões de m³ por dia, disponibilizando o restante para uso do mercado mato-grossense, de acordo com a demanda apresentada.
O funcionamento da termoelétrica garante não só a estabilidade energética em Mato Grosso, como também oferece segurança no fornecimento de Gás Natural Veicular (GNV) e industrial, o que ajuda a trazer novas indústrias e, conseqüentemente, melhora a economia do município e do Estado, segundo o governador Silval Barbosa (PMDB) e o prefeito Chico Galindo (PTB), que participaram da cerimônia de reinauguração da usina.
"A termoelétrica nos dá garantia de buscarmos novas empresas (para se instalarem no Estado), porque agora nós contamos com um excedente muito maior de energia. Podemos aumentar o número de veículos movidos a gás, trazer mais indústrias para o sistema de energia a gás. Queremos também trabalhar em um projeto para trazer gás canalizado para o Distrito Industrial", disse Silval.
Para Galindo, a Capital "está em festa", com as possibilidades de crescimento proporcionadas pela reinauguração da usina. "Proporcionando energia, você tem a possibilidade de trazer novas indústrias. A energia produzida pelo gás é mais barata. Então, nós temos a possibilidade de ampliar o parque industrial. Isso gera emprego, gera renda", observou o prefeito.
À disposição
Segundo o presidente da Pantanal Energia, Fábio Garcia, a termoelétrica agora está à disposição tanto do Estado quanto da União, uma vez que "sobram" 5,6 milhões de m³ por dia.
O governador frisou a importância da Usina Mário Covas para o Sistema Nacional de Energia. "A Usina também contribui para o Sistema Nacional. O Governo Federal conta, hoje, com um excedente de energia muito grande aqui em Mato Grosso", disse o governador.
De acordo com o presidente da EPE, atualmente, as hidrelétricas têm um volume de água considerado "confortável" e, por isso, são as principais fontes de produção de energia do país.
No entanto, caso seja necessário, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) - responsável pela garantia de abastecimento de energia em todo o país - entra em contato com a Usina e solicita a "entrada" das termoelétricas para abastecerem as regiões que necessitarem no país.
"As hidrelétricas produzem hoje a energia de todo o Brasil. Quando os reservatórios de água estão baixos, as termoelétricas entram para gerar a energia necessária. Quem define esta liberação, se é necessária a intervenção, é o Operador Nacional do Sistema", explicou o presidente.
De acordo com Garcia, a EPE é a responsável atualmente pelo abastecimento de energia das principais sub-estações de Cuiabá, localizadas nos bairros CPA e Coxipó, e da sub-estação de Várzea Grande.
Expansão e lucro
Responsável pela distribuição do gás por todo o Estado, a MT Gás, do Governo do Estado, já estuda a possibilidade de ampliar o fornecimento do combustível para outros municípios de Mato Grosso.
Segundo Silval, "agora nós temos a garantia de poder fazer um planejamento de expansão do fornecimento de gás. Porque o problema nosso era insegurança, hoje isso não existe mais. Vamos ter aqui gás suficiente para funcionar a termoelétrica e também para se pensar em um programa de expansão do fornecimento".
Com a retomada da produção da usina e a inserção da EPE no Sistema Nacional, o Estado poderá melhorar a sua arrecadação, pois, com a regularização no fornecimento do gás industrial e veicular, o governo espera por um aumento na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Parceria
Para que a EPE voltasse a funcionar, foram necessárias inúmeras conversas entre os governos estadual, federal e boliviano, além da EPE e da Petrobrás - que desde o último mês, passou a ser a responsável pela concessão do gás para o funcionamento da usina - a fim de alinhar os interesses de todos.
A Petrobrás terá a concessão da distribuição do gás para a Usina Mário Covas até dezembro de 2012. No entanto, os gestores não demonstram preocupação quanto à possibilidade de perda do gás boliviano a partir desta data.
Segundo o prefeito Chico Galindo, o governo boliviano tem o interesse de tratar diretamente com a EPE a partir de janeiro de 2013 e, caso isso não aconteça, o prefeito acredita que a Petrobrás aceitará ampliar o prazo de concessão.
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