Mulheres eram tratadas como escravas em casas de prostituição em MT
Duas casas de prostituição foram interditadas durante operação "Bacanal", deflagrada ontem, pela Polícia Civil no município de Campos de Julho (região Noroeste). O gerente e o dono das boates foram autuados em flagrante nos crimes casa de prostituição, favorecimento a prostituição, rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia) e redução a condição análoga a escravidão.
O delegado de Comodoro, Henrique Trevizan, que comandou a operação, disse que nos locais foram encontradas 22 mulheres com idades entre 18 a 34 anos, que eram mantidas como "escravas" nas casas, já que não podiam sair devido a dívidas contratuais com os donos dos estabelecimentos. "As casas mantinham um sistema de multas que ia só aumentando e acumulando".
A maioria das mulheres é oriunda das cidades de Rio Branco, no Acre, e Porto Velho, em Rondônia. "Algumas estavam ali há mais de um ano", acrescentou o delegado.
As casas de prostituição estão localizadas em uma chácara. Os locais eram também alvos de denúncias de exploração sexual de menores de idade. No entanto, durante a operação, a Polícia Civil não encontrou adolescentes nos estabelecimentos.
Na primeira boate, os policiais encontraram 17 mulheres e na segunda, cinco. Todas foram retiradas dos estabelecimentos, levadas para a delegacia e ouvidas no procedimento policial. "As boates foram fechadas, mas não temos como obrigar essas mulheres a não retornar às casas", destacou o delegado.
O delegado disse que outros três estabelecimentos foram abordadas e presas duas pessoas por porte ilegal de arma de fogo. A operação mobilizou 25 policiais das Delegacias da Polícia Civil de Comodoro, Jauru, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda.
Segundo o delegado, as investigações prosseguem, pois há informações de que as mulheres também são levadas para outras cidades.
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