Rede elétrica é precária e pode até causar acidentes
Alunos da Escola Estadual 11 de Março reivindicam melhorias
Cerca de 60 pessoas, entre alunos, pais e professores da Escola Estadual 11 e Março, de Cáceres, se reuniram com a secretária de Estado de Educação de Mato Grosso, Rosa Neide Sandes de Almeida, hoje (27) de manhã. O movimento, representado por 50 dos 1.060 alunos, reivindica melhorias na infraestrutura da escola, localizada a 250 km de Cuiabá. A principal queixa é com relação à instalação elétrica, que é precária e prejudica o aprendizado dos estudantes.
Construída há 63 anos, a escola passou por uma reforma parcial em 2002, mas está há 30 anos sem reparos consistentes. Por iniciativa dos próprios alunos, as atividades foram paralisadas na terça-feira passada e, desde então, passeatas e mobilizações são feitas na cidade. Com o apoio da diretora da escola, Ana Leny Monteiro, assessoria pedagógica e do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), os estudantes se articularam junto à Câmara Municipal em busca da audiência com a Seduc/MT.
Ana Leny ressaltou que a escola precisa de reformas em toda a estrutura física, mas a rede elétrica exige medidas urgentes. “Ontem (26), tivemos que dar aula de hora em hora porque deu um blecaute na energia. Com ventilador, já é difícil, por conta do calor, sem ele, então, é impossível”, lamentou a diretora. Ela frisou ainda que 52 computadores não estão sendo utilizados por falta de suporte, assim como os aparelhos de ar-condicionado. “Na inauguração do MT Preparatório, por exemplo, o estabilizador queimou e não foi possível assistir a aula de abertura”, lembrou.
Risco de acidentes - A escola atende alunos do ensino médio regular e do ensino médio integrado à educação profissionalizante (EMIEP). De acordo com a presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Cáceres (UMES), Danielly Alcântara, que cursa o EMIEP na Escola Estadual 11 de Março, a situação está insustentável. “Principalmente no caso do ensino integrado, em que os alunos estudam de manhã e à tarde. Esses dias o ventilador de uma sala caiu e lâmpadas já estouraram também. Por sorte, ninguém se machucou, mas o risco é muito grande”, salientou a jovem de 18 anos.
Maria Abigail, mãe da aluna Débora Cristine da Silva, também do EMIEP, disse que as condições da escola prejudicam o rendimento da filha. “Ela é muito esforçada, dedicada, nunca reclamou das aulas, mas este problema na rede elétrica atrapalha muito na aprendizagem; alguns colegas dela mudaram de escola”, contou. Segundo ela, os pais apoiam a mobilização porque querem um futuro melhor para os filhos e, para isso, a escola tem que ser um espaço agradável e seguro.
Compromisso firmado - Os estudantes entregaram um dossiê com fotos e relatos sobre a situação à secretária de Estado de Educação, que se comprometeu a começar os reparos amanhã (28). Rosa Neide afirmou que busca uma alternativa junto às Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat) para viabilizar os reparos na rede da escola. Caso o encaminhamento se confirme, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) irá liberar os recursos para a escola. “Mesmo que a resposta não seja positiva, buscaremos outra forma para evitar que os alunos fiquem sem aula”, assegurou.
A reunião contou ainda com a participação da vice-presidente do Sintep/MT, Jocilene Barboza, do secretário de Finanças, Orlando Francisco, e da diretora do polo regional Oeste II do Sindicato, Lúcia de Lourdes. “Com esta iniciativa, os alunos dão um exemplo de cidadania e o Sintep/MT está com eles na luta por condições dignas de ensino”, destacou a vice-presidente. A diretora do polo regional concordou. “Graças a esta articulação encampada pelos próprios alunos, foi possível estar com a secretária para reivindicar aquilo que é garantido a eles por direito”.
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