Mary Knorr deixou hospital psiquiátrico e foi para penitenciária feminina. Além de Suzane, estão em presídio Anna Jatobá e Elize Matsunaga.
Mãe acusada vai à prisão de Elize, Jatobá e Suzane
Mary Vieira Knorr, de 53 anos, é suspeita da matar
as filhas (Foto: Reprodução/G1)
A mãe acusada de matar as filhas em setembro foi transferida na tarde desta terça-feira (8) do Hospital Psiquiátrico Pinel, em São Paulo, onde estava internada, para a Penitenciária Feminina 1 de Tremembé, no interior de São Paulo, onde deverá ficar presa até seu eventual julgamento. A informação foi confirmada ao G1 pela assessoria da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
Mary Vieira Knorr, de 53 anos, foi presa em flagrante pela Polícia Militar no dia 14 de setembro após confessar os assassinatos das irmãs Giovanna, de 14 anos, e Paola Knorr Victorazzo, de 13 anos, e do cachorro delas na casa onde moravam no Butantã, na Zona Oeste da capital paulista. A Polícia Técnico-Científica suspeita que as vítimas tenham sido asfixiadas. Exames periciais dirão se elas foram esganadas ou intoxicadas - gás de cozinha estava vazando no imóvel.
Como dizia que queria se suicidar e foi encontrada “alterada” pelos policiais militares, Mary foi levada para o Hospital Universitário e depois para o Pinel. Em Tremembé, a mulher deverá fazer companhia a outras presas conhecidas, como Suzane Richthofen (condenada pelas mortes dos pais em 2002), Anna Carolina Jatobá (cumpre pena pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni em 2008) e Elize Araújo Kitano Matsunaga (detida preventivamente até ser julgada por esquartejar o marido, diretor executivo da Yoki, em 2012).
Para a Polícia Civil, um ‘surto psicótico’, desencadeado por divergências com as adolescentes ou dificuldades financeiras, pode ter motivado Mary a cometer os crimes.
O delegado Gilmar Contrera, titular do 14º Distrito Policial, em Pinheiros, pediu a Justiça a realização de um exame de insanidade mental para saber se a mulher é inimputável (não pode responder por seus atos), é semi-imputável (responde parcialmente por suas atitudes) ou é imputável (pode ser responsabilizada criminalmente pelo que fez). Desde que foi presa ela ainda não foi ouvida porque, segundo a investigação, ela se recusou a ser interrogada.
Na última quinta-feira (3), a juíza Lizandra Maria Lapenna aceitou a denúncia de homicídio doloso feita pelo Ministério Público contra Mary, que se tornou ré no processo. O promotor acusou a mulher de usar meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas para cometer os assassinatos.
O G1 não localizou o advogado de defesa da acusada, Lindenberg Pessoa de Assis, para comentar o assunto. Até agora sua cliente não foi interrogada pela Polícia Civil.
Crime
Policiais militares foram até a casa da acusada no dia 14 do mês passado atender uma ocorrência de vazamento de gás de cozinha. Ao chegarem ao local, encontraram Mary dizendo que matou as filhas e falando em se matar. Em seguida, acharam os corpos das adolescentes e do cachorro da família. Por conta disso, ela foi presa e levada para um hospital sob escolta policial.
Para a Polícia Civil, Mary pode ter matado as filhas no dia 12 de setembro e o cachorro no dia 13. Peritos da Polícia Técnico-Científica analisam se eles foram asfixiados. Os laudos necroscópicos que apontaram as causas das mortes ainda não ficaram prontos. Eles irão apontar se houve esganadura ou intoxicação por gás. Para a investigação, ela pode ter tido um “surto” desencadeado por problemas financeiros ou divergências com as filhas.
De acordo com a investigação, Mary se identificava como corretora de imóveis, mas não possui registro no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci). Além disso, a mulher é investigada pela Polícia Civil por suspeita de estelionato e apropriação indébita porque estaria se passando por corretora e usando o nome de uma imobiliária de “fachada” para enganar pessoas que queriam comprar imóveis. Há a suspeita que ela tenha conseguido R$ 214 mil em golpes.
Segundo o delegado, a mãe respondeu também por maus-tratos. O policial, porém, não soube informar se a acusação era de que teria maltratado as filhas. Segundo a investigação, a mãe era rigorosa com as filhas, chegando a pregar um papel na geladeira com tarefas das meninas e punições caso não as cumprisse. As filhas relatavam nas redes sociais divergências com a mãe.
Giovanna e Paola Victorazzo, assassinadas em São Paulo (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
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