Especialista aponta sete dicas para driblar a halitose
Mau hálito: 90% dos casos têm origem na boca
Tudo mundo sofre de mau hálito ocasionalmente. Mas, pelo menos 25% da população convivem com o problema permanentemente – o que acaba afetando as relações pessoais e profissionais. Apesar de ser atribuída a uma dezena de fatores – desde estresse até doenças do aparelho digestório –, cerca de 90% dos casos de halitose têm origem na cavidade bucal.
“Distúrbios nas vias aéreas superiores, metabólicos, hormonais, hepáticos, renais e até mesmo hipovitaminoses devem ser levados em consideração no diagnóstico da halitose. Entretanto, o que geralmente encontramos são infecções periodontais, inflamação gengival, próteses mal adaptadas, e, principalmente, desvios de padrão salivar que – juntos ou não – culminam no indesejável mau hálito”, diz Celi Vieira, cirurgiã-dentista que vai coordenar o Fórum “Fatos e Mitos sobre Halitose” no próximo Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (30º CIOSP), em janeiro, promovido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD).
Na opinião da especialista, o cirurgião-dentista é o profissional mais indicado a diagnosticar o problema, apresentando ao paciente as possíveis causas e, principalmente, as formas de tratamento. “O mau hálito ainda provoca muito constrangimento social. Até mesmo quem tem intimidade com o paciente, como namorada, cônjuge, irmãos e filhos, muitas vezes evita falar abertamente sobre o assunto. E o pior é que, caso ninguém a alerte, como a pessoa acaba se acostumando com o odor do próprio hálito, pode passar anos sem se tratar”.
Além de destacar a importância de a pessoa checar com alguém de sua confiança caso desconfie que seu hálito esteja alterado – pois, há quem acredite sofrer de halitose quando isso não procede de fato –, Celi Vieira aponta sete passos para quem quer se livrar do mau hálito:
“Capriche na higiene bucal. Além de escovar bem os dentes após as principais refeições, é importante usar escova interdentária, fio ou fita dental para remover todo resto de alimento que ocasionalmente possa estar entre os dentes. Isso evita a proliferação das bactérias, causadoras de cárie, doenças periodontais e halitose”;
“Higienize bem a língua. Quando a crosta esbranquiçada que reveste a parte superior da língua (saburra) for espessa, utilize um limpador apropriado para removê-la. Quando for fina ou invisível, limpe o dorso da língua com uma gaze, sem colocar força”;
“Evite recorrer a balas e gomas de mascar para mascarar o mau hálito. Esse tipo de solução paliativa só piora o quadro, podendo haver desdobramentos na saúde como um todo”;
“Beba muita água e evite bebidas com alto teor de cafeína, como café e alguns tipos de chá, como o preto, o verde e o mate”;
“Lembre-se de que alimentos à base de derivados de leite, carne vermelha e de peixe favorecem a alteração do odor bucal”;
“Inclua mais vegetais crus à sua alimentação – como cenoura, pepino e erva-doce –, e mais frutas também”;
“Recorra a um cirurgião-dentista ou a um periodontista para avaliar as condições de saúde das estruturas de suporte dos seus dentes. Esse profissional deverá realizar uma descontaminação criteriosa a cada seis meses, além de identificar eventuais lesões de cárie, infecções periodontais e problemas sistêmicos que contribuem bastante para a halitose”.
Comentários