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Agronegócios
Segunda - 26 de Setembro de 2011 às 18:28

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A ferrugem asiática e as alterações causadas na soja por três tipos de nematoides (o de lesões radiculares, o de cisto e os formadores de galhas) disputam o primeiro lugar no ranking das doenças que causam as maiores perdas à soja. Os prejuízos vão desde a perda de produtividade por causa da doença até os gastos com controle químico para tratar o agente causador.

Segundo o pesquisador doutor em fitopatologia e consultor técnico da Aprosoja, José Tadashi Yorinari, tanto a ferrugem quanto os nematoides causam significativos prejuízos financeiros. “A diferença é que a ferrugem já está controlada com o vazio sanitário e os gastos maiores são com o controle químico. Os nematoides ainda são um desafio, especialmente o Pratylenchus brachyurus, que ainda não tem nenhuma variável de soja resistente a ele”, explica.

Desde a safra de 2003/2004, quando o primeiro foco de ferrugem asiática foi identificado em Mato Grosso, o prejuízo estimado é de aproximadamente U$ 8 bilhões. Nacionalmente, o impacto econômico chega a U$ 19,7 bilhões desde 2001/2002. Atualmente, a ferrugem não assusta tanto, mas tem os custos com fungicidas e mão-de-obra da pulverização já que o controle é 95% químico. “Não significa que deixamos de nos preocupar com a ferrugem, mas estamos com a doença controlada porque tomamos as medidas necessárias”, avalia Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja.

Nos Estados Unidos, a incidência dos nematoides provoca perdas anuais de US$ 500 milhões. No Brasil, esse prejuízo não foi contabilizado, porém pesquisadores da Embrapa Soja Londrina estimam que a produtividade da soja poderia ser de 8% a 10% maior se não fossem os nematoides de lesões radiculares (pratylenchus brachyurus), cisto (Heterodera Glycines) e formadores de galha (meloidogyne ssp). Ou seja, só na safra 2010/2011, Mato Grosso teria deixado de produzir quase dois milhões de toneladas de soja por causa desses nematoides.

Tadashi explica que os nematoides são um problema enfrentado por todos os estados brasileiros. “O maior desafio causado pelos nematoides é que eles ficam no solo, então não temos como visualizá-lo para combatê-lo”, explica Tadashi. Ele reforça também a importância do agricultor ou agrônomo retirar as plantas suspeitas das lavouras para fazer identificação da doença e monitoramento. A variedade de cisto permanece até 8 anos no solo. “As práticas são para manter os níveis em baixa proporção nas lavouras.”

Outra doença encontrada na soja é a mancha alvo, causada por fungo original das áreas nativas onde a soja passou a ser cultivada. É possível combatê-la com controle químico, mas, a partir de 2008, os fungicidas utilizados deixaram de ser tão eficazes. “Como é um fungo que sobrevive na palhada, a primeira coisa a fazer é monitorar a lavoura e preparar o controle químico, além de usar cultivares mais resistentes, como as variedades inox”, finaliza o consultor. Manejo integrado e a correção do solo, assim como uso de variedades precoces, têm ajudado no combate às doenças.

Pesquisa - Esta semana a Aprosoja, em parceria com a Emprapa Soja Londrina e a Universidade Federal de Viçosa, apresenta os resultados de uma pesquisa realizada sobre nematoide das lesões radiculares. O objetivo do trabalho foi monitorar os fatores que podem influenciar os ataques e munir o produtor de informações técnicas para auxiliá-lo na prevenção e combate ao nematoide. Foram pesquisadas áreas de soja com e sem sintomas de ataque do Pratylenchus brachyurus, localizadas em três regiões de Mato Grosso - Querência, Sinop e Campos de Júlio. Esse monitoramento foi feito durante as safras 2009/10 e a última, que encerrou este ano.






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