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Nacional
Domingo - 25 de Setembro de 2011 às 12:33
Por: Luísa Alcalde

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A especulação imobiliária está mudando a Rua 25 de Março, no centro da capital. Desde o primeiro semestre, nove armarinhos e lojas tradicionais instalados há décadas na região fecharam as portas por não terem como bancar aluguéis até 55% mais caros. No lugar desses comércios, estão sendo abertos minishoppings.

 

Locações passaram de R$ 45 mil para R$ 70 mil e de R$ 27 mil para R$ 40 mil mensais. Nos imóveis desocupados, há dezenas de boxes (de até 5 m2) oferecidos, em média, a R$ 5 mil por mês aos novos inquilinos - a maioria, comerciantes chineses. Um imóvel agora rende de R$ 120 mil a R$ 150 mil de aluguel aos donos.

Alguns lojistas antigos continuam com outros pontos em ruas próximas porque se desfizeram apenas de filiais, mas há casos de empresários, cujas famílias haviam chegado por lá nas décadas de 1940 e 1950, que abandonaram a 25 de Março.

Até dezembro, pelo menos mais uma grande loja também deixará de funcionar na região, segundo levantamento feito por comerciantes. Só neste ano, surgiram por ali nove minishoppings. Três estão em funcionamento, outros cinco serão inaugurados até o final do mês e um ainda está em reforma.

Fiscalização. Preocupados com as mudanças, comerciantes vão encaminhar ofícios à Prefeitura e ao Ministério Público Estadual pedindo fiscalização nos novos centros comerciais.

"É preciso saber se as mercadorias oferecidas são legais, se vão vender com nota fiscal, se o imóvel tem licença de funcionamento, alvará, e se as locações estão documentadas", afirma um comerciante que não quis se identificar. Os comerciantes estão preocupados com uma suposta concorrência desleal. "Não é justo que paguemos impostos e tenhamos custos operacionais altíssimos para conviver com a ilegalidade bem ao lado."

Ricardo da Silva, encarregado de locação do Shopping Porto 25, aberto há cinco meses, diz que é proibido vender pirataria no estabelecimento. São mais de 200 lojas. Ainda há boxes para locação a R$ 2,8 mil o m2.

Lojistas mais antigos se dizem espantados com o que chamam de "invasão chinesa" e reclamam que esse processo vai frear a revitalização da região.

Para o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, Roberto Mateus Ordine, a tendência é a rua perder as características. "Grandes compradores que vêm de fora para se abastecer na 25 de Março vão preferir outros polos porque o que caracteriza a oferta nesses minishoppings são produtos sem origem, sem nota fiscal", afirma. "É irreversível. Vai virar um Paraguai."






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