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Internacional
Sábado - 24 de Setembro de 2011 às 08:40
Por: DAFNE SPOLTI

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Hoje os africanos que estudam em Cuiabá fariam uma festa em comemoração à independência de Guiné-Bissau, o país de origem da maior parte deles. Com a morte de Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, a programação foi cancelada.

A estudante Catende Malan Domingos, de 23 anos, disse que Toni era muito querido com os amigos africanos e brasileiros, que estão desconsolados. “Ele era uma pessoa amada pelos amigos”. Ela contou que, depois do acontecido, os amigos não sabiam o que fazer e só conseguiram ligar para a família do rapaz na manhã do dia seguinte.

Diante das informações sobre Toni fazer uso de drogas, Catende disse que nunca o viu acender nem um cigarro. “Pode ser que usasse algo escondido, mas eu nunca vi”. Para ela, é mentira que ele estava pedindo dinheiro no bar. Como seus colegas, ela também não entende como pôde chegar a tal ponto o ato de violência. Ela também se indignou porque “o bar estava cheio e ninguém fez nada! Quem ligou para a polícia foi uma vizinha”.

Toni vivia no Boa Esperança. Estudava Economia, mas se desligou da UFMT em fevereiro deste ano, segundo Catende, por alguma doença ou desânimo. A garota contou, porém, que ele já estava se organizando para pedir seu retorno para a instituição. Amigos informaram que ele não trabalhava desde que se desligou da UFMT e que a família que enviaria dinheiro para que se mantivesse em Cuiabá.

O corpo de Toni está no Instituto Médico Legal. A família quer que o Brasil o mande para Guiné-Bissau. O rapaz deixou aqui uma ex-namorada brasileira que está grávida dele. “Se existe justiça é isso que a gente quer”, disse Catende.

A UFMT publicou uma nota de repúdio sobre a violência contra Toni Bernardo. Apesar de ser um ex-aluno, a instituição fez contato com o Ministério da Educação o das Relações Exteriores, que desenvolvem o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G) do qual ele participava. Também disse ter entrado em contato com a Polícia Federal para que sejam tomadas as providências necessárias.

Conforme a UFMT, Toni veio para o Brasil em 2006 e deveria terminar os estudos em 2011. Em 2010, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação apoiou o então aluno e tentou auxiliá-lo para resolução de seus problemas acadêmicos e pessoais. Foram prestados assistência e acompanhamento psicológico ao estudante, por meio da Coordenação de Assistência e Benefícios, porém, sem a sua adesão satisfatória.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil decidiu acompanhar o caso. Na próxima segunda-feira haverá uma manifestação contra a violência no Centro Cultural da UFMT, às 14h.




Fonte: Do DC

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