Caso foi parar no Ministério Público Estadual
Frigorífico pode ser a causa do aumento de borrachudos
A reclamação é constante de donos de propriedades rurais próximas de um frigorífico, localizado no quilômetro 747 da BR-163, em Coxim. Os produtores rurais acreditam que o crescimento desordenado de borrachudos pode estar sendo causado pelos dejetos que o frigorífico despeja no córrego Ribeirão Claro.
O caso foi parar no MPE (Ministério Público Estadual). Segundo a promotora de Justiça do Meio Ambiente, Daniella Costa da Silva, a denúncia foi feita na sexta-feira (16). A promotora garantiu que vai investigar o caso e, se for comprovada alguma irregularidade, o MPE vai adotar as devidas providências.
Um dos produtores rurais relatou que antes da instalação do frigorífico não existiam tantos borrachudos na região. Nesta segunda-feira (19), foi constatado que dejetos do frigorífico, que tem licença para abater bovinos, são despejados no córrego.
Não se pode afirmar que os dejetos são despejados sem qualquer tipo de tratamento. Porém, as imagens comprovam que é uma água muito suja, com forte odor e que está deixando uma crosta escura no córrego, favorecendo a propagação do inseto.
A proliferação dos borrachudos, assim como de outros insetos, na região do frigorífico está causando desconforto à população. Uma das residentes da Comunidade Terapêutica Fazendinha dos Girassóis, que trata mulheres dependentes de álcool e drogas, chegou a ficar internada por conta das picadas de borrachudos.
Um morador que não quis se identificar, relatou que tem alergia às picadas e sofre com os ataques constantes dos insetos. “Todos os dias somos atingidas por borrachudos”, conta a residente, exibindo as pernas marcadas pelas picadas. Uma das irmãs que trabalha no local há oito meses também mostrou os pés tomados por picadas de borrachudos.
Como se não bastasse, a infestação dos borrachudos está causando prejuízos a comerciantes. O balneário Canuto, onde visitantes se banhavam no córrego Ribeirão Claro, o movimento caiu 90%. A gerente do local, Antônia Ilda de Lima Andrade, de 56 anos, afirma que é impossível manter a clientela com tanto borrachudo.
“Na verdade, estamos pensando em fechar definitivamente o balneário”, confessa a gerente do Canuto, cujo córrego recebe os dejetos do frigorífico.
Estudo da médica veterinária, Doralice Pedroso de Paiva, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), aponta que grandes infestações de borrachudos são registradas onde matérias orgânicas, principalmente de dejetos de bovinos e suínos, são despejadas em rios.
Até o fechamento da reportagem, o portal Edição de Notícias não conseguiu entrar em contato com o proprietário do frigorífico para dar esclarecimentos sobre os dejetos despejados no córrego Ribeirão Claro.
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