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Terça - 20 de Setembro de 2011 às 07:30
Por: ALECY ALVES

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Bando que assaltou em Campo Novo do Parecis, parte presa pelo Gaeco, está sob estudo da polícia técnica
Bando que assaltou em Campo Novo do Parecis, parte presa pelo Gaeco, está sob estudo da polícia técnica
Saber a verdadeira identidade dos assaltantes de bancos que estão agindo no Estado, no estilo “novo cangaço”, e até mesmo daqueles que já estão presos, não tem sido uma tarefa fácil para os órgãos de Segurança e o Ministério Público. O emaranhado de nomes falsos usados pelos bandidos virou um quebra-cabeça que precisa de ajuda especializada para ser montado.

No caso da quadrilha que assaltou o Banco do Brasil de Campo Novo do Parecis (400 quilômetros de Cuiabá), que teve sete integrantes presos no dia 2 deste mês, a expectativa do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) é que os peritos da Polícia Técnica possam apontar o caminho para montá-lo. O Gaeco requisitou a presença de peritos, que fizeram a coleta das impressões digitais e fotografias dos acusados. A partir de pesquisa com os materiais deles em todos os institutos de identificação do país, o órgão espera descobrir quem são de verdade esses criminosos.

A maioria dos ladrões usa diversas identidades e responde por crimes com os diferentes nomes. É caso do assaltante preso na pista do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, embarcando para São Paulo com R$ 50 mil na mala. O acusado havia comprado passagem com o nome de Anderson Gonçalves Soares, mas, ao Gaeco, disse que se chama Carlos Eduardo Sobrinho.

Esta semana, o promotor do Gaeco que esta à frente das investigações, Arnaldo Justino da Silva, recebeu informações vindas do Ceará que levam a crer que a identidade de “Trutinha” seja André Luiz da Silva. Em fevereiro de 2010, Trutinha foi preso dentro de um motel na cidade de Icó com armamento pesado e cocaína.

No dia dessa prisão, o assaltante portava documentos que os identificava como Carlos Eduardo. Entretanto, após formular a denúncia-crime em nome de Carlos, o promotor da comarca cearense propôs um aditamento à ação pedindo ao juiz que a acusação fosse contra André Luiz, pois essa seria a identidade do acusado. A partir dessa informação, Arnaldo Justino decidiu que aqui Trutinha também deverá ser denunciado como André Luiz. “Vamos informar o nome André e acrescentar que ele também usa esses outros nomes”, observou.

Apesar disso, o promotor desconfia do nome André. Isso porque, no dia da prisão, quando fez uma ligação telefônica para alguém de sua família, um direito assegurado em lei ao preso, Trutinha se identificou para o suposto parente como Carlos Eduardo.

Lindomar Alves de Almeida, que está foragido e seria o chefe desse bando, é outro que tem diversas identidades e apelidos. No começo das investigações pensou-se que o nome dele era Bruno da Silva Malta, porém, na medida em que as informações iam ficando mais claras, surgiu o nome Lindomar e uma série de apelidos, entre os quais “Barriga”, “Buchudo” e “Nenezão”. Supostamente nascido na em Nobres, no Estado, Lindomar percorreu o país cometendo crime. Com o nome de Bruno, ele esteve preso duas vezes ano passado em cidades do Pará por receptação qualificada (transportando dinheiro dois dias depois de uma a banco) e por crime ambiental.

Um questionamento certamente surge: se praticaram tantos crimes assim, como esses ladrões saem tão rápido da cadeia? O promotor Arnaldo explicou que o condenado cumpre um sexto da pena e ganha o direito legal de ir ao semi-aberto, um regime que não existe ou funciona precariamente no Brasil. Ou, dependendo da acusação, obtém habeas corpus antes da sentença e espera o julgamento em liberdade, como aconteceu com Trutinha em Icó, dias depois da prisão. Meses depois a Justiça reverteu o HC, mas quando isso ocorreu, o ladrão já estava longe. Informações ao Gaeco podem ser pelos números 127, 3613-1622 e 3613-1628.




Fonte: Do DC

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