Em uma fazenda localizada no município de Chapadão do Sul, a 370 quilômetros de Campo Grande, o capataz João Willes reforça a alimentação das rezes com ração e sal mineral. A mistura no cocho não engorda o gado, apenas mantém o peso durante a escassez de pasto.
“Nós usamos o concentrado proteico no coxo. As vacas comem de mais da conta”, diz Willes.
Nos tempos difíceis da seca, quem se planejou está conseguindo alimentar o rebanho com qualidade. O produtor Mário Scheide usa como alternativa a silagem do milho, solução que tem como base o sistema de confinamento.
“Nós fazemos silagem de milho safrinha e dá uma alimentação de altíssima qualidade. Usamos 20 quilos de silagem por dia, mais quatro quilos de concentrado. Concentrado a base de milho ou sorgo, misturado com aquela soja teve problema com as chuvas do começo do ano”, explica Mário Scheide.
O período de estiagem é sinônimo de rentabilidade na fazenda de Scheide. Durante os meses sem chuvas, o confinamento também recebe animais de outros pecuaristas da região. Neste mês, duas mil cabeças estão em regime de engorda.
São animais que chegaram magros e ganharam peso em pouco tempo. Cada um come 20 quilos de ração por dia por dois meses e saem prontos para comercialização. Scheide recebe R$ 6 por dia, por cabeça. Parte da renda vai para o custeio do sistema, o restante fica de lucro para o produtor.
“O pessoal que tem animais, quer acabar o animal em outubro, setembro, na melhor época do ano. E isso é impossível, terminar o animal a campo, principalmente se você quer dar acabamento, dar gordura, que o frigorífico está exigindo. E no confinamento o animal engorda 1,8 quilo, dois quilos por dia, enquanto que no campo ele perde 200 a 300 gramas por dia”, comenta Scheide.
Animais robustos e produtor satisfeito num dos períodos mais críticos do ano para a pecuária.
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