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Nacional
Sábado - 17 de Setembro de 2011 às 07:41

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Pela primeira vez em 21 edições, o Paraná foi o campeão em todos os indicadores da pesquisa Grandes & Líderes, sobre as 500 maiores empresas da Região Sul, feita pela publicação gaúcha Revista Amanhã e a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). De acordo com o levantamento, divulgado ontem, as empresas paranaenses lideraram os índices de patrimônio líquido, faturamento e lucro e tiveram também as menores somas de prejuízo e endividamento. Com isso, atingiram o maior Valor Ponderado de Grandeza (VPG), índice composto por patrimônio líquido (50%), receita bruta (40%) e lucro líquido (10%) das empresas. As companhias do estado responderam por R$ 101,5 bilhões dos VPG de R$ 262,3 bilhões de toda a região.

Outra boa notícia da pesquisa é que a Região Sul deu um salto de desenvolvimento em 2010, com o crescimento de 14% no indicador do VPG e de 30% no patrimônio líquido em relação a 2008. “Esse crescimento é o resultado mais positivo da pesquisa”, aponta o sócio da PwC e coordenador da pesquisa, Carlos Biedermann. As empresas da região também estão menos endividadas: as dívidas, que há três anos comprometiam 55,7% de seu ativo total, em 2010 equivaliam a 51,6%.

Maioria das empresas “emergentes” é do comércio

A pesquisa Grandes & Líderes deste ano também traz as 500 maiores empresas “emergentes” da Região Sul. A maior parte delas é do setor da construção civil e mercado imobiliário, com 61 empresas, seguido pelo comércio, que tem 46 ranqueadas e a maior fatia em termos de receita bruta, com R$ 1,5 bilhão. Na divisão por estados, a maioria das emergentes é gaúcha: 42% do total.

Boa parte das empresas emergentes fazia parte do ranking principal, que reúne as 500 maiores, mas acabou perdendo espaço. É o caso, por exemplo, da Sementes Guerra S/A, de Pato Branco (Sudoeste do Paraná), que constava em 426.º lugar em 2009 e caiu à 503.ª posição – ou seja, o terceiro lugar na lista das emergentes.

Outras companhias, no entanto, passaram a fazer parte do ranking de emergentes pela primeira vez. É o caso da Fitasa Embalagens Plásticas S/A. A companhia, que tem sede em Curitiba e produz fitas, embalagens e filmes, ficou na 633.ª posição geral em 2010, correspondente à 133.ª posição entre as emergentes. (FZM)

Rentabilidade de cooperativas ficou abaixo da média

Apesar dos bons resultados gerais das empresas da Região Sul, as cooperativas de produção, que estão ligadas, com outras atividades, ao maior setor da economia dos três estados – o agronegócio – tiveram uma das piores rentabilidades no ano passado: 2,7%, bem abaixo das médias gerais da região (5,7%) e do Paraná (8,9%).

Segundo a pesquisa Grandes & Líderes, o setor é um dos que mais sofre com a conjuntura macroeconômica estrutural do país, com o real valorizado. “Todo o setor que soube se voltar para o mercado interno, diversificando e fugindo das exportações, conseguiu melhores resultados”, atesta o sócio da PwC Carlos Biedermann.

Industrialização

Mas há outros fatores envolvidos. Em específico no setor do agronegócio, os pesquisadores identificaram uma necessidade maior de se investir em industrialização – adição de valor ao produto básico produzido –, inovação e orientação.

É por esse motivo, segundo o estudo, que grandes cooperativas como a Coamo, de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná) – que teve um crescimento modesto de 4,3% em sua receita bruta, atingindo R$ 4,6 bilhões em 2010 – tendem a perder espaço para cooperativas como a também paranaense C.Vale, de Palotina (Oeste). A C.Vale viu sua receita bruta crescer 16% em 2010, chegando a R$ 2,4 bilhões, e pretende aumentar sua rede de supermercados, além de construir três centrais de distribuição de peças, acessórios, máquinas, defensivos agrícolas e outros produtos. (FZM)


Ainda que apresente os melhores resultados, porém, o Paraná tem um menor número de empresas ranqueadas do que o Rio Grande do Sul – são 179 paranaenses, das quais 90 de Curitiba, contra 201 gaúchas. Uma das explicações é que o estado gaúcho teria uma economia uma pouco mais diversificada e também uma cultura de gestão mais transparente. A pesquisa Grandes & Líderes é baseada em balanços oficiais fornecidos pelas empresas (foram considerados mais de 1,2 mil). Entre as cem maiores do Paraná, por exemplo, nomes importantes como o Grupo Boticário e a Kraft Foods deixaram o ranking por não fornecerem seus balanços.


Compras e fusões


No movimento atual de fusões e aquisições, a perda de centros de controle e sedes na Região Sul foi destacada como ruim pelos coordenadores da pesquisa. “Neste ano, por exemplo, a Refap, [Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, na Grande Porto Alegre] deverá ser controlada totalmente pela Petrobras [que antes era dona de apenas 30% da refinaria], o que tirará daqui uma presença de importante influência, embora a produção continue como está. Essa perda de influência, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a maioria das grandes empresas ranqueadas são familiares e privadas, é negativa”, comenta o diretor-geral da Revista Amanhã, Jorge Polydoro.


Polydoro e Biedermann avaliam que a matriz tributária, sem grandes atrativos, e o deterioramento logístico do Rio Grande do Sul jogaram contra o estado, ao mesmo tempo em que a proximidade com São Paulo e o maior sucesso no fomento de polos produtivos beneficiaram o Paraná.


“O [ex-governador do Paraná] Roberto Requião nos ajudou a equilibrar um pouco isso nos últimos anos. Mas a tendência é que essa liderança do Paraná, que ocorre principalmente pelo investimento de multinacionais e estatais, continue e se acentue daqui para frente”, diz Biedermann.


No dia 26 de setembro, no espaço de eventos do Estação Bussiness School, haverá um evento de comemoração e premiação para empresas paranaenses que fazem parte da pesquisa Grandes & Líderes deste ano.


A jornalista viajou a convite da Revista Amanhã.







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