Avicultura aberta a investidores
Cadeia do frango profissionaliza instalação de aviários e atrai especialistas interessados em entrar no negócio. Maior produtora e exportadora de carne de frango do Brasil, a avicultura do Paraná está em busca de novos investimentos. Para se manter no topo do ranking nacional, o setor tem adotado diferentes estratégias, entre elas a de ampliar o número de condomínios avícolas, um modelo de negócio que tem atraído profissionais de diferentes áreas de atuação. Empresas com tradição na atividade avalizam projetos, oferecem matéria-prima (os pintainhos), insumos e assistência técnica. Em contrapartida, ganham na padronização da cadeia do frango. As apostas dos investidores estão sustentadas no rápido retorno do capital investido e, principalmente, no forte potencial do setor. “A avicultura tem somente um ou dois meses de crise. Tem crescimento consistente de 5% a 10% por ano. A partir do segundo mês de operação, já é possível pagar a prestação do financiamento utilizado para a construção da planta”, calcula o zootecnista José Francisco Mendes. Depois de analisar diversas opções de aplicação, ele e outros cinco amigos decidiram investir em um condomínio avícola. Todos são funcionários de multinacionais e há 15 anos mantêm contato com a avicultura fornecendo insumos aos criadores. O projeto do grupo prevê a construção de 12 aviários com capacidade para 60 mil aves cada e deve ser concluído até o final de 2012. O maior gasto, segundo Mendes, ocorre na construção dos barracões – onde as aves ficam abrigadas durante a engorda. O inventimento necessário pode chegar a R$ 350 mil. Para tirar a planta do papel, seu grupo vai financiar a maior parte da construção do condomínio. A área onde serão construídas as granjas já foi comprada. Tem 24 hectares e custou R$ 300 mil. “Se fôssemos comprar uma área cada um, o desembolso seria muito maior. É um investimento de médio prazo, que deve ficar para a nossa aposentadoria”, conta Mendes. Como a maior parte dos recursos deve ser obtida por empréstimos bancários, os investidores calculam que o retorno do empreendimento virá dentro de 8 ou 10 anos. “A renda por aviário deve ficar entre R$ 7 e R$ 8 mil a cada dois meses (tempo do ciclo de produção). E o gasto deve ser de R$ 6 mil. Não vai sobrar nada, mas depois desse período, temos o aviário pago e a renda líquida”, afirma. Toda a produção do condomínio de Mendes deve ser comercializada para a Frangos Canção, de Maringá. Dona de quatro condomínios avícolas, que atualmente fornecem 40% dos frangos que recebe, a empresa é uma das pioneiras na implantação do sistema no Paraná. Abate 340 mil aves por dia depois de ter modernizado seu sistema de produção. O gerente agroindustrial da empresa, Ildeu Canalli, analisa que a criação de aves tem deixado de ser um segmento para pequenos produtores e se tornado um investimento lucrativo. “Isso traz economia de escala e uma possibilidade de maior ganho para o produtor. Garante resultado, já que o barracão é todo automatizado. Tem melhor controle com número de aves e recebe assistência técnica diariamente”, pontua.
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