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Polícia Brasil
Terça - 13 de Setembro de 2011 às 15:12

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O delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios, disse nesta terça-feira (13) não ter dúvida sobre a participação dos PMs no assassinato da juíza Patrícia Acioli e que a perícia das 695 armas apreendidas segunda-feira (12) no Batalhão de São Gonçalo é prioridade para a Polícia Civil na investigação do crime. O resultado das análises deve sair em 30 dias. Apesar de a participação dos três PMs presos ser considerada comprovada pela polícia, é preciso saber de quais armas partiram os 21 tiros. 

Precisamos saber quais as armas empregadas no crime. Através do livro de registro no batalhão, temos como saber quais policiais usaram aquelas armas no dia do crime, por exemplo. Mas não temos dúvidas da participação desses três policiais no crime. Vamos ouvi-los para individualizar a conduta de cada um. Eles fizeram um levantamento do melhor local para a emboscada e monitoraram os atos processuais do crime pelo qual respondiam em São Gonçalo. Para frear o caminho normal do processo, eles mataram a juíza.
 
Nesta terça-feira, cerca de 90 policiais cumpriram 18 mandados de busca e apreensão em Niterói, São Gonçalo e nos bairros de Senador Camará e Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. O objetivo é encontrar mais armas, que possam ter sido usadas na morte de Patrícia Acioli. A polícia também procura outros indícios da participação dos policiais. A moto usada no crime, modelo Falcon, de cor azul, ainda não foi encontrada. Além de pessoas ligadas aos PMs presos, foram vasculhadas as casas de outros PMs do Gat (Grupamento de Ações Táticas).
 
Ettore disse ainda que não está descartada a participação de outros policiais e de um suposto mandante do crime.  

A respeito das imagens de câmeras da ponte Rio-Niterói, que podem ter filmado o carro de um dos PMs envolvidos voltando para o Rio, conforme o R7 revelou com exclusividade, o delegado disse que as imagens estão sendo analisadas.
 
Na tarde desta terça-feira, os três policiais presos pelo crime prestam depoimento. Eles serão ouvidos separadamente e caso as informações sejam conflitantes, os três vão ser submetidos a uma acareação. Após, serão transferidos para o Bep (Batalhão Especial Prisional).

PMs já sabiam que seriam presos

De acordo com o delegado Felipe Ettore, responsável pelas investigações, o crime foi planejado porque os três policiais já sabiam que teriam a prisão decretada pela morte de um jovem de 18 anos, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em junho. Um mês antes do assassinato de Patrícia, uma advogada dos PMs telefonou para um dos agentes e informou sobre a possível prisão.

Na semana do seu assassinato, a juíza solicitou à PM informações dos policiais pertencentes ao suposto grupo de extermínio. Os suspeitos esperavam que a prisão fosse decretada apenas na sexta-feira (12 de agosto). Por isso, teriam resolvido matar a juíza na madrugada daquele dia. No entanto, Patrícia decretou a prisão dos policiais pela morte do jovem na noite de quinta-feira (11), horas antes de sua morte. Os policiais ainda não sabiam dessa informação. O objetivo era matar a magistrada antes de se tornarem suspeitos do assassinato.

No dia da execução, os celulares dos militares foram rastreados próximo ao Fórum e também há registro da passagem dos suspeitos por Piratininga, local do crime. Porém, os aparelhos dos três policiais estavam desligados durante o crime, o que, de acordo com a polícia, foge da rotina do trio.





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