Justiça absolve ex-vereador flagrado com travesti
Cassado pela Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá em agosto de 2009 sob acusação de quebra de decoro, o ex-vereador Ralf Leite (PRTB) foi absolvido na Justiça no último dia 10 de setembro, quando o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande o inocentou de todas as acusações. Agora Ralf diz que sua defesa vai anexar a decisão junto a uma petição de perda de objeto por ausência de decoro e espera que a Comissão possa reconhecer, segundo o ex-parlamentar, o “erro cometido”, e anular a cassação, já que o parecer do Tribunal de Justiça não tem esse poder de lhe devolver o cargo. O processo corria sob segredo de Justiça.
Ele entrou para a história como o primeiro vereador cassado pelos demais parlamentares da Capital depois de ser preso com um travesti menor de idade, em Várzea Grande, na região do Ponto Zero Quilômetro, região conhecida pelo alto índice de prostituição e tráfico de drogas. Na tentativa de retornar ao Legislativo, Ralf teve vários pedidos negados no TJMT e chegou a recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde também teve o pedido negado em julho pelo ministro Ari Pargendler.
Mas agora está confiante que pode ter de volta sua cadeira atualmente ocupada pelo vereador Totó Cézar (PRTB). “A Comissão de Ética da Câmara me julgou e condenou antecipadamente por algo que não cometi. Tive que carregar uma cruz que não era minha por 2 anos, o que abalou minha estrutura familiar, psicológica e emocional, pois fui exposto à opinião pública por algo que não cometi e agora isso ficou provado na Justiça, único órgão competente para julgar um cidadão com relação aos crimes que fui acusado”, desabafa ao afirmar que espera que os parlamentares que integram a Comissão possam reconhecer o "erro" e anular a cassação.
Ralf Leite afirma que ainda está novo e pretende seguir com sua vida política e legislar em favor de sua cidade. “Quero voltar para meu cargo não pelo aspecto financeiro, mas para provar que sou inocente. Nunca pedi para a Câmara não me investigar, só queria que agissem com a razão e não pela emoção, como se deu o processo de minha cassação”, lamenta.
Com a decisão, Ralf explica que na próxima semana sua advogada Débora Simone Rocha Farias vai anexar as novas provas junto à petição que já existe para tentar reaver o cargo de volta. Acredita que tem todos os requisitos para conseguir suspender a cassação na Comissão de Ética da Câmara que lhe tomou o cargo sob acusação de quebra de decoro por exploração sexual, corrupção ativa e fraude de documentação.
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