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Economia
Terça - 13 de Setembro de 2011 às 07:30
Por: EDUARDO GOMES

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Depois de quatro anos entregue às moscas a usina termelétrica Mário Covas volta a funcionar
Depois de quatro anos entregue às moscas a usina termelétrica Mário Covas volta a funcionar
Depois de quatro anos inativa a termelétrica Mário Covas de Cuiabá volta a gerar energia. A reativação é paliativa, com prazo de duração definido, mas foi o que melhor se conseguiu junto ao governo boliviano que insiste em não vender gás natural para Mato Grosso muito embora haja contrato de fornecimento em vigor.

Ontem, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, representantes da Petrobras, da Yacimientos Fiscales Petroliferos Bolivianos (YFPB) e da Empresa Pantanal Energia (EPE) – dona da termelétrica – bateram o martelo num documento que permite a volta da geração de energia a partir de 27 deste mês. O documento tem validade até 12 de dezembro do próximo ano, mas pode ser renovado por igual período.

Para se chegar a esse acordo a Petrobras arrendou a termelétrica até a data do vencimento original do contrato firmado ontem e, nesse período, se compromete a transferir diariamente para Cuiabá até 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural. Não se trata de generosidade da gigante estatal dos combustíveis brasileiros, mas sim de racionalização da destinação de parte dos 30 milhões de metros cúbicos de gás natural que recebe todos os dias da Bolívia por um gasoduto que entra no Brasil por Corumbá, em Mato Grosso do Sul.

O acordo bota a EPE praticamente para escanteio, mas ainda assim essa empresa estará presente na termelétrica com seus técnicos e operários trabalhando na geração de até 480 MW na ponta para a Petrobras, que por sua vez os jogará no Sistema Interligado Nacional (SIN).

A retomada da geração de energia acontece quatro anos depois que a Bolívia iniciou uma política de boicote no fornecimento do gás a Mato Grosso. Nesse período, a duras penas, a estatal MT-Gás conseguiu garantir o abastecimento da frota – basicamente formada por taxis - convertida ao gás natural veicular (GNV) por meio do sistema de gasoduto virtual que atende os postos que operam com esse combustível em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis.

O ato, no Rio, foi o desfecho de uma luta travada fora da área técnica, porque ficou restrita ao campo político. No ano passado o governador Silval Barbosa foi ao vizinho país andino onde se reuniu com autoridades locais para tentar reverter o quadro. Os entendimentos iniciados na Bolívia se desdobraram em Brasília, onde Silval buscou aval da presidente Dilma Rousseff para que a Petrobrás entrasse em cena. Dilma determinou ao Ministério de Minas e Energia que cuidasse do caso e a Petrobras cumpriu essa determinação.

Se a Petrobrás não fosse acionada por Silval o impasse do gás continuaria porque a Bolívia não produz o suficiente para atender sua demanda doméstica e os contratos de exportação com a estatal brasileira, a Argentina e Mato Grosso. Com a demanda maior que a oferta os bolivianos optaram por sacrificar o contrato com a EPE.




Fonte: Do DC

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