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Economia
Terça - 13 de Setembro de 2011 às 07:18
Por: MARIANNA PERES

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Empresário amarga perdas de até 40% nos últimos 15 dias
Empresário amarga perdas de até 40% nos últimos 15 dias
Nos últimos 30 dias, o consumidor que se senta em uma mesa de bar, lanchonete ou restaurante, seja de Cuiabá ou de Várzea Grande, para beber uma cerveja nem imagina o esforço que o estabelecimento vem fazendo para tentar ofertar a marca preferida do cliente. O mercado local, por motivos não esclarecidos de maneira oficial, está desabastecido de cervejas da AmBev. Em função da preferência, a Skol em garrafa (600 mililitros) está em falta em vários pontos das duas cidades.

O Diário visitou ontem alguns distribuidores de bebidas localizados em pontos diversos de Cuiabá e Várzea Grande, pontos estes que atendem aos mais diversos públicos. O desabastecimento se generalizou a partir da véspera do feriado de 7 de setembro. Entre as justificativas que cada um deles ouviu do seu vendedor AmBev – que comercializa as marcas Skol, Brahma, Antártica – estão a quebra de peça na linha de produção da fábrica de Cuiabá, problemas na logística de entrega em função da contratação de uma nova frota terceirizada e, aumento da demanda em função do forte calor.

Apesar das informações e da evidente falta do produto, a assessoria da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) esclarece por meio de nota, que “o abastecimento de cerveja no Estado está ocorrendo normalmente. A companhia está estruturada para garantir o atendimento da demanda no que se refere a volume de produção, logística e disponibilidade de produtos. Com o aumento de consumo em períodos de maior calor - como o que está ocorrendo em Mato Grosso - e pela própria dinâmica e complexidade da operação logística e de distribuição, eventuais imprevistos podem ocorrer de forma pontual, mas são rapidamente solucionados sem qualquer prejuízo ao fornecimento".

Há quase um ano a frente do restaurante e pizzaria Malagueta, no bairro Recanto dos Pássaros, a empresária Kátia Medeiros, conta que há um mês vem fazendo dois pedidos semanais à AmBev e somente no último sábado, por volta da meia-noite, recebeu parte do pedido, já que ficou sem a Antártica. “Até que o pedido fosse entregue, estava percorrendo distribuidores aqui do bairro e até mercadinhos em busca de cerveja em garrafa e o pior, pagando mais caro pela caixa e sem poder repassar isso ao cliente”. Ela tem pago cerca de R$ 64 no engradado com 24 unidades de Skol, ante R$ 58,55 quando comprados da AmBev. “Parece pouco uma diferença de R$ 6, mas isso ao longo do mês é muito, mais ainda quando se é obrigado a absorvê-lo”, frisa. Mesmo correndo por fora para ter produto, sempre falta justamente aquele que o cliente quer, destaca a empresária. “Toda vez o vendedor diz que é um problema temporário e que em função disso, a preferência de entrega é para os grandes revendedores”.

Mesmo atuando há 25 anos no mercado, o empresário Alvarindo Martins, da Distribuidora de Bebidas Geladão – referência na região do Coxipó – conta que com o “desaparecimento da Skol garrafa do mercado”, deve ter reduzido as suas vendas em cerca de 40% nos últimos 15 dias. “Fiquei sem nada da AmBev, faltaram não apenas Skol em garrafa como em latinha”. Anteontem, em pleno domingo, a Ambev entregou cervejas, mas Martins conta que o estoque atual dura até a próxima quarta-feira. “Se não receber nada durante a semana, terei mais um final de semana complicado e de prejuízos”. Ele frisa que nunca viu nada parecido neste segmento. Na falta das cervejas da AmBev, outras marcas saem ganhando a preferência do consumidor, como exemplo, a Crystal, cujo suprimento segue sem interrupções.

Em outra distribuidora, no bairro Boa Esperança, também na região do grande Coxipó, o proprietário que pediu anonimato – temendo represarias da AmBev – não concorda com o discurso de que a AmBev esteja privilegiando os grandes revendedores. “Eu atendo 24 horas e fiquei sem Skol. A AmBev adotou a estratégia de entregar meia dúzia de caixas aos pequenos e sanar o problema deles, ao invés de entregar 100 ou 200 numa grande distribuidora”. De acordo com ele, 70% das vendas de cerveja em garrafa são feitas por meio das distribuidoras. “Quando falta produto para bares, lanchonetes e restaurantes, todos procuram as distribuidoras e assim como a minha, muitas outras ficaram sem produto”.

O empresário conta ainda que a falta pontual de um produto ou outro é fato corriqueiro na Capital entre os meses de agosto e setembro, em função do forte calor. “Desde o ano passado, venho alertando a AmBev para isso. Chega nesta época, eu peço 200 caixas e me entregam 100. O problema atual poderia ter sido evitado”.

Na distribuidora Luzitana, na Avenida Beira Rio – maior que existe em Cuiabá – uma funcionária confirmou o desabastecimento antes do feriado, mas segundo ela, os estoques foram restabelecidos na última semana. (Veja mais na página C2)




Fonte: Do DC

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