Após 30 anos de abandono, Silval anuncia retomada do Hospital Central
Embalado pelo entusiasmo do secretário estadual de Saúde, Pedro Henry (PP), com as novas ações previstas para o setor, o governador Silval Barbosa (PMDB) aproveitou a solenidade de assinatura do termo de cooperação entre o Estado e a UFMT visando à construção do novo prédio do Hospital Universitário, nesta segunda (12), para anunciar que tem trabalhado no resgate da estrutura do Hospital Central de Cuiabá, obra embargada há cerca de 30 anos. "Eu não vou me acomodar. Vamos dar prioridade para resolver o problema daquele elefante branco", garantiu.
A ideia de Silval é firmar uma Parceria Pública Privada (PPP) para reformar a unidade e colocá-la em funcionamento. Segundo ele, o projeto que permite o acordo já foi encaminhado à Assembleia e deve ser apreciado ainda esta semana. Henry explica que o Estado já estuda quais as principais demandas que o novo hospital poderá suprir. "Estamos discutindo que tipo de atendimento pode ser oferecido naquela unidade, só então podemos avaliar quais reparos serão necessários e daí fazer o chamamento público", pontua.
As duas primeiras etapas da obra foram concluídas ainda na década de 1980, mas os 20% da estrutura que faltavam para que o prédio fosse inaugurado não foram executados. O caso chegou a ser alvo de uma ação do Ministério Público Federal, proposta em 2003 pelo ex-procurador da República e hoje senador Pedro Taques (PDT). Além do abandono, ele questionava indícios de superfaturamento. O próprio Silval pondera não poder se comprometer a solucionar o caso, devido à existência de pendências judiciais junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Diante da polêmica, tanto Silval quanto Henry chegaram a afirmar não ser uma prioridade do Governo retomar as obras por considerar que seria impossível aproveitar a estrutura já defasada. A pressão da opinião pública e de lideranças políticas, entre elas o presidente da AL, deputado José Riva, que intensificou seu discurso a respeito do caso no início deste ano, contudo, parecem ter feito o governador e o secretário mudarem de ideia.
Novos leitos
Além da tentativa de resgatar o Hospital Central do abandono, Henry e Silval anunciaram ainda a locação dos hospitais das Clínicas e do antigo Psiquiátrico para a criação de novas vagas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto no primeiro serão disponibilizados 80 leitos destinados ao atendimento de alta complexidade, incluindo cirurgias cardíacas e bariátricas, além de transplantes de órgãos, o segundo se tornará uma referência em assistência a dependentes químicos. Serão cerca de 120 leitos, divididos entre pronto-atendimento e tratamentos de desintoxicação e ressocialização. A previsão é que ambos estejam em funcionamento no início de 2012.
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