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Segunda - 12 de Setembro de 2011 às 10:44

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Após percorrerem 1.806 km da BR-163 (de Cuiabá-MT até Santarém-PA), na expedição “Rota da Integração”, produtores rurais, representantes do Sistema Famato e empresários do agronegócio aguardam ansiosos pela conclusão definitiva da pavimentação na rodovia, prevista para o final de 2012. Embora as obras estejam bastante adiantadas, do município de Guarantã do Norte-MT até Santarém-PA, ainda faltam 607,8 km para serem asfaltados, ou seja, 33% da estrada.

O objetivo da expedição, promovida pelo governo do Estado, foi verificar in loco o andamento das obras na rodovia e avaliar a viabilidade de construção da ferrovia de Cuiabá até Santarém. Um grupo de empresários chineses, representantes de um consórcio formado pelas empresas CREC (China Railway Engineering Corporation) e CMC (China Machinery Import & Export Corporation), participou da comitiva. Eles ficaram bastante entusiasmados com a capacidade de produção agrícola de Mato Grosso e demonstraram interesse em investir na ferrovia.

O 2º vice-presidente do Sistema Famato e presidente do Sindicato Rural de Nova Canaã do Norte, Mário Wolf, estima que a ferrovia contribuirá para reduzir aproximadamente 30% do valor do frete cobrado no escoamento da produção de soja de Mato Grosso. Segundo ele, a integração dos dois estados é importante para unir forças políticas junto ao governo federal para finalizar as obras de pavimentação e dar andamento ao projeto chinês da ferrovia.

“A BR-163 é estratégica para o desenvolvimento da produção agropecuária de Mato Grosso e do Brasil. Hoje, boa parte do custo da soja produzida na nossa região vai embora por causa do transporte. Temos uma perspectiva muito grande com relação à pavimentação da rodovia. Com certeza, ela fará com que sejamos mais competitivos e irá viabilizar nossa agropecuária”.

Em Mato Grosso, o trecho por onde passa a BR-163 abrange 41 municípios localizados nas regiões médio-norte e norte do Estado. Os 41 municípios produzem juntos 53% da agricultura estadual. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a produção de soja e milho nestas regiões soma, respectivamente, 8,5 milhões de toneladas e 3,2 milhões de toneladas.

O vice-presidente da região Norte pelo Sistema Famato e presidente do Sindicato Rural de Alta Floresta, William José Lima, afirma que a rodovia irá impactar de forma positiva tanto no norte como nas demais regiões do Estado e também do Brasil. “A BR-163 completará o ciclo da logística que nós tanto precisamos para nos tornarmos mais competitivos no mercado, seja de grãos, carne ou madeira. Alta Floresta é uma das cidades por onde a rodovia passa e com a conclusão da pavimentação teremos condições de competir de igual para igual com outros mercados”.

A expedição começou sábado (03/09) e se encerrou na segunda-feira (05/09). No último dia, a comitiva teve a oportunidade de visitar o porto de Santarém, que tem capacidade para escoar 3 milhões de toneladas de produtos por ano, mas exporta atualmente 2 milhões de toneladas/ano. O supervisor de Projetos e Orçamentos da Companhia Docas do Pará (CDP), José Rodrigo Santana Pinho, apresentou o projeto de ampliação e modernização do porto que, até 2014, receberá investimentos de aproximadamente R$ 152 milhões – pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Com os novos investimentos, a expectativa é de que a capacidade de movimentação de cargas no porto aumente para 20 milhões de toneladas/ano.

Segundo Anselmo Alves, da empresa Asia Trade Company, os chineses confirmaram os números quantitativos e o potencial da área produtiva de Mato Grosso. “Eles manifestaram interesse de fazer o investimento, condicionando aos estudos de engenharia que eles estão fazendo. Temos bastante trabalho para fazer ainda”.

Conforme Alves, os investimentos somente serão viáveis com o projeto de expansão e modernização do porto de Santarém apresentado pela CPD. “Com a confirmação dos administradores do porto que será feito investimento, a ferrovia passa a ter total sentido. A ferrovia tem capacidade de 8 milhões de toneladas/ano. O porto recebe hoje 2 milhões de toneladas/ano, então, sem investimento no porto a ferrovia fica sem sentido”. Alves, acrescentou ainda que os chineses também possuem experiência em construção de terminais.

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, disse que conversou com a presidente Dilma Rousseff e representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informando sobre os projetos dos chineses. De acordo com ele, a presidente e a ANTT garantiram que, se encontrarem investidores interessados, darão total apoio ao projeto. “Agora, o próximo passo é ver os estudos deste grupo que nos acompanhou e posteriormente ajudá-los a superar os entraves burocráticos que têm dentro da legislação para fortalecer essa parceria com o Estado do Pará e o governo federal e viabilizarmos o negócio”.

Os assuntos relacionados à logística fazem parte das ações prioritárias da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso) – entidade que reúne e representa os 86 sindicatos rurais do Estado. Sua estrutura organizacional também inclui o Imea e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT).





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