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Carros & Motos
Domingo - 11 de Setembro de 2011 às 17:17

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Pequeno, moderno e caro, o Fiat 500 chegou ao Brasil em 2008 como uma excentricidade. Lançado em 2006, o Kia Picanto também era para poucos, pois sua cabine apertada e o desenho pouco atraente o colocava em desvantagem diante de "populares" maiores e mais racionais.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Fiat 500 (à esq.)esbanja charme com seu estilo retrô, e o Kia Picanto (à dir) é moderno e funcional; o VW Fox tem espaço superior
Fiat 500 (à esq.) esbanja charme retrô, e Kia Picanto (à dir) é moderno e funcional; já VW Fox tem espaço superior

Mas, agora, o 500 virou "flex" na versão de entrada, que ficou cerca de R$ 20 mil mais barata que antes. O Picanto cresceu e apareceu, e seu motor 1.0 de apenas três cilindros já pode ser abastecido com álcool. A dupla saiu do gueto e está em busca do grande público. Sobrou para o Volkswagen Fox.

O compacto VW entra como terceiro elemento deste comparativo Folha-Mauá por sua origem. Nasceu em 2003 para ser um sucesso de vendas no Brasil e tentar a sorte na Europa, para onde era exportado (com melhorias). Enfrentou problemas aqui e lá, mas se reinventou em 2009.

O bom gosto aplicado no Fiat 500 honra a origem italiana. Forrações de primeira, sistema de som idem. O pacote opcional que inclui teto solar, controle automático de velocidade e alto-falantes Bose vale o investimento extra de R$ 3.050.

O banco traseiro é licença poética. Há espaço para duas crianças de até dez anos, isso se os adultos que forem na frente não tiverem mais que 1,80 m. O 500 é carro
para solteiros.

O Picanto é um pouco maior por dentro: dois adultos conseguem ir com dignidade no banco traseiro.

Já o Fox cumpre bem o papel de "único carro da família". Há ótimo espaço para pernas e cabeça no banco de trás, e o assento corrediço permite aumentar o espaço para bagagens, caso isso seja necessário.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Apenas o Fiat tem motor 1.4; hatch da Kia e da VW trazem motor 1.0
Apenas o hatch da Fiat tem motor 1.4; rivais trazem motor 1.0

COMPLETÃO CARO

O acabamento do hatch Volkswagen melhorou tanto que não faz feio diante dos rivais moderninhos. O único senão é o tecido de aspecto pobre que recobre os bancos.

Mas o preço... Não se iluda com os R$ 32.650 do Fox de entrada (duas portas). O item de série mais relevante é a direção hidráulica.

Um carro igual ao testado, com opcionais como airbag duplo, freios com ABS, ar-condicionado, som com bluetooth e acionamento elétrico de vidros, travas e retrovisores, sai por R$ 42.540.

Tais itens são de série no 500 Cult, que custa R$ 39.990. O Picanto parte de R$ 34,9 mil, mas fica devendo o ABS. Com esse item, e seis airbags, o preço empata com o do Fiat.

Outra desvantagem do Fox 1.0 é o desempenho: o VW ficou literalmente atrás dos adversários na pista. E ainda "bebeu" mais que o Picanto.

Mas é covardia comparar o consumo do Kia com o de qualquer outro 1.0. Ele roda até 19,1 km com um litro de gasolina (na estrada). E ainda tem desempenho convincente: perdeu de pouco para o Fiat 500, que tem motor 1.4.

O sul-coreano oferece a posição mais interativa ao volante, mas seus comandos são muito anestesiados. Tudo é tão leve que parece frágil.

Por dentro, o Picanto oferece mais espaço que o 500 e bem menos que o Fox. Mas por se equilibrar entre a racionalidade do Volks e o descompromisso do 500 --e ainda custar menos--, vence o comparativo.






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