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Domingo - 11 de Setembro de 2011 às 15:59

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Com mais de 25 anos de carreira policial, o delegado Regional de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá, Douglas Turíbio Schutze, fala nesta entrevista do desafio de administrar uma Regional, na fronteira do Estado de Mato Grosso com a Bolívia. Depois de atuar por mais de dois anos na Delegacia Regional de Sinop (500 km ao Norte da Capital), Douglas foi removido, em junho deste ano, para o polo de Cáceres, com a missão de dar continuidade ao trabalho de repressão aos crimes praticados na fronteira, como o tráfico de drogas e a travessia de veículos roubados ao país boliviano, utilizados como moeda de troca por entorpecente. Nos cinco primeiros meses de 2011, na Regional de Cáceres foram presas 727 pessoas, 598 em flagrante. Boa parte das prisões está relacionada ao tráfico de drogas. A Regional também enviou à Justiça 1.288 inquéritos policiais, 860 termos circunstanciados e 343 atos infracionais de menores de 18 anos.

Nos cinco primeiros meses de 2011, na Regional de Cáceres foram presas 727 pessoas, 598 em flagrante. Boa parte das prisões está relacionada ao tráfico de drogas. A Regional também enviou à Justiça 1.288 inquéritos policiais, 860 termos circunstanciados e 343 atos infracionais de menores de 18 anos.

1. O senhor já esteve à frente de delegacias da Capital e o do interior. Há alguma diferença no gerenciamento das unidades. Há uma dificuldade maior da Segurança Pública no interior de Mato Grosso?

Delegado Douglas – Efetivamente já estive trabalhando em delegacias da capital e também do interior. Atualmente estou como delegado regional de Cáceres e o que podemos afirmar é que o trabalho no interior tem um lado bom, gratificante porque você tem a sua unidade de trabalho mais agregada, mas junta de você mesmo. Os delegados que compõem a regional também, por razões obvias, estão mais juntos então é possível fazer um trabalho diferenciado, que aparece mais do que na Capital. Na Capital como temos várias delegacias especializadas, que tratam tão somente da sua especialidade, a gente não consegue as vezes trabalhar em outros tipos de problemas.

2. Delegado, o senhor está saindo da região Norte de Mato Grosso, onde as questões estão relacionadas ao meio ambiente, ao patrimônio e aos crimes contra a vida, para trabalhar na fronteira do Estado, onde o tráfico de drogas prevalece. Como será seu plano de atuação?

Delegado Douglas – Na Região Norte de Mato Grosso, na cidade de Sinop, estive lá por dois anos, onde percebi outro tipo de trabalho porque é outro tipo de criminalidade. Enquanto estive naquela região verifiquei que o problema de homicídios, roubos e furtos, principalmente roubos de maquinários, são os de maiores abrangência naquela região. No entanto, em Cáceres, já passei por lá há 20 anos, quando titular da Delegacia de Roubos e Furtos que havia na cidade, o crime é outro. Mesmo atuando em todo tipo de crime, a passagem de carros roubados e o tráfico de drogas predominam porque é uma região fronteiriça ao país Bolívia. Evidentemente devemos focar mais nessas duas modalidades. Já começamos a dar uma atenção melhor àquela região, na operação Gênesis II, que teve mais de 50 prisões e cumprimento de mais de 40 mandados de busca e apreensão. O que identifico como um trabalho muito bom, onde a Polícia Civil mais uma vez mostrou seu lado operacional. Evidente que isso não basta. A polícia precisa estar atuante 24 horas por dia e 30 dias por mês. Continuaremos nosso trabalho.

3. Na Regional de Cáceres o delegado Percival Eleutério de Paula conseguiu melhorar a atuação da Polícia Civil, identificando em seu quadro os policiais envolvidos, sobretudo, com o tráfico de drogas, levando-os à cadeia. O senhor também dará uma atenção especial a esse problema?

Delegado Douglas- O aliciamento de policiais para o tráfico é uma coisa mundial. A facilidade de você sair de um lado e passar para o outro vem sendo evoluída constantemente. Policiais que estiverem voltados para a prática criminosa serão presos, processados e adotados todos os procedimentos que a lei determina que se faça.

4. O que pode ser feito para evitar o ‘aliciamento’ de policiais para o tráfico?

Delegado Douglas – Diria que é um tanto difícil, dada as facilidades desse tipo de crime e dada as facilidades do número muito alto do valor que é pago ao tráfico de drogas. É um dinheiro que se você pega um quilo de droga na Bolívia por R$ 10 mil, por exemplo, você transforma isso no Brasil em cinco quilos e vende a R$ 20 mil. Então, quando se começa a fazer essa conta, precisa tomar muito cuidado para que você não se torne um traficante, porque o dinheiro é muito alto.

5. Segurança Pública planeja a criação e a instalação de uma delegacia de fronteira. Na sua avaliação, qual o melhor município para instalação dessa unidade e a estrutura ideal?

Delegado Douglas –A Secretaria de Segurança através de um projeto do Ministério da Justiça tem interesse na instalação de uma delegacia de fronteira. Entendo que essa delegacia deva ser instaladana cidade polo da região, que é Cáceres, porque se for instalada em qualquer município vizinho vai dar muito trabalho e a gente vai ficar longe do maior número de policiais, que é exatamente na cidade de Cáceres.

6. Qual outra delegacia deveria ser instalada em Cáceres?

Delegado Douglas - Temos interesse em, a partir de janeiro do ano que vem, montar uma delegacia de roubos e furtos devido na região prevalecer o crime de tráfico de drogas. Junto a esse crime existe toda uma gama de crimes praticados, como o furto, o roubo e o homicídio e entendemos que é necessária essa delegacia na cidade. Ano que vem quando tivermos novos investigadores e escrivães disponíveis começaremos a trabalhar com a diretoria de interior a instalação dessa delegacia, que é nosso foco hoje, independente da delegacia de fronteira que vai tratar de outro foco na fronteira toda. O interesse hoje é colocar a delegacia de roubos e furtos no prédio onde funciona a Delegacia Regional porque a Regional é administrativa e seria levada para outro lugar.

As informações são da assessoria da PJC/MT.






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