Apenas oito dias depois de tomar posse, o governo do primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda sofreu neste sábado um abalo prematuro com a renúncia do ministro do Comércio, após gafes relacionadas ao delicado tema da radiação causada pela usina nuclear de Fukushima, danificada pelo tsunami de março.
A saída do ministro Yoshio Hachiro, encarregado do setor de energia, dará a partidos oposicionistas munição para ataque enquanto Noda tenta pôr fim à crise da usina de Fukushima ao mesmo tempo em que lida com uma série de desafios, tais como a reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto e tsunami de março e o enorme déficit público do Japão.
Hachiro apresentou sua renúncia a Noda depois que surgiram informações de que ele fez piadas com um repórter sobre a radiação liberada pela usina nuclear de Fukushima, segundo a agência de notícias Jiji e outros órgãos da mídia local. Esse foi o seu segundo comentário considerado ofensivo às vítimas do pior acidente nuclear em 25 anos no mundo.
A mídia japonesa afirmou que, depois de visitar a usina de Fukushima na quinta-feira, Hachiro teria feito uma piada com um repórter ao dizer "Eu vou te passar radiação."
Líderes de partidos oposicionistas criticaram o comentário e disseram que iriam classificar Noda como responsável pela nomeação de Hachiro, informou a emissora pública de TV NHK.
Hachiro já havia sido repreendido por Noda e tinha pedido desculpas na sexta-feira por ter chamado a área esvaziada perto da usina de "cidade da morte" - uma declaração considerada uma ofensa às vítimas do desastre.
Noda assumiu o cargo depois da renúncia de Naoto Kan e é o sexto primeiro-ministro do Japão em cinco anos. Na próxima semana, ele vai enfrentar duros embates em uma sessão do Parlamento que tratará dos novos ministros.
O ministro da Defesa Yasuo Ichikawa também já vem sendo alvo de ataques por ter dito que se considera um "amador" em questões de segurança.
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