SICOOB: Ex-diretores terão que devolver R$ 5,7 Milhões
O juiz Federal da 5ª Vara, José Pires da Cunha, proferiu a sentença do caso Sicoob Pantanal no último dia 29 de agosto. Os réus Aigo Cunha Moraes, Amauri Batista do Carmo, Ayrton da Silva Campos, Amauri de Campos, Celso Figueiredo, Claudio Severino Leal, Francisco de Assis Neto, Francisco José de Assis Junior, Manoel Marques, Ney Gomes de Arruda, Roberto Guimarães e o atual procurador do município de Poconé Luiz Lauremberg Eubank de Arruda, foram condenados por Gestão fraudulenta e formação de quadrilha.
A cooperativa de Crédito do Pantanal, filiada ao sistema Sicoob, fechou as portas em dezembro de 2004, após uma auditoria, O Sicoob Central conseguiu comprovar crimes contra ordem tributaria e a existência de um caixa dois na cooperativa.
A quebra da cooperativa teve inicio com a concessão de empréstimos a família campos, coordenada pelo vice-presidente na época, Amauri de Campos. Amauri de Campos é atualmente membro do governo Silval Barbosa, atuando em assuntos fundiários. Consta nos autos, que Amauri no desejo de se eleger prefeito e posteriormente Deputado Estadual, obteve empréstimos ilícitos, acima do permitido pela cooperativa ainda no ano de 1996, quando foi candidato a prefeito. Dois anos depois, Amauri candidatou-se a Deputado Estadual, elegendo-se suplente pelo PTB.
Os anos se passaram e Amauri não quitou suas dividas, e ainda contraiu outras dívidas junto a cooperativa. Essas dividas ocasionaram um déficit financeiro nas contas da cooperativa que foi se quebrando aos poucos. A cooperativa era filiada ao sistema sicredi, que suspeitou das operações ilícitas e descredenciou-a do sistema.
O processo consta ainda, que a quadrilha formada na cooperativa, falsificou cheques de correntistas, para driblar a central Sicoob quanto a seus haveres a receber de clientes. O crime foi confessado por Ney Arruda, que alegou praticar o crime com o consenso da diretoria, e que além dos cheques foram fraudados Cédulas de Produtor Rural, tudo com o objetivo de maquiar a situação financeira.
Muitas pessoas perderam com a quebra da cooperativa, que oferecia um rendimento cerca de cinco vezes maior que o praticado pelos bancos. O caso sicoob se entendeu por anos, devido a vários requerimentos formulados pelo atual Procurador do Município de Poconé, Lauro Eubank, que também foi candidato a prefeito pelo mesmo grupo de Amauri de Campos.
Lauro Eubank, foi condenado a 7 (sete anos) de reclusão por gestão fraudulenta e 2 (dois) anos e 1 mês por formação de quadrilha, conforme consta na decisão.
Embora os réus tenham alegado não participar das decisões, o juiz foi enfático, ao relatar que todos tinham conhecimento dos fatos ocorridos, e que era de suas responsabilidades a administração da cooperativa.
Ainda em sua decisão, Jose Pires procede para que se remeta a decisão a Justiça Eleitoral, tendo em vista a denuncia de que os recursos para campanhas eleitorais seriam oriundos da cooperativa de crédito do Pantanal.
O Juiz também determinou a reparação do prejuízo causado à cooperativa de crédito e, consequentemente, aos seus cooperados, fixando o valor de R$ 5.700.000,00 (cinco milhões e setecentos mil reais). Tendo em vista que a cooperativa em questão encontra-se em liquidação extrajudicial.
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