Reportagem da Rede Globo cita obras do VLT em Cuiabá; menos de 3% dos R$ 12 bilhões foram aplicados
Copa: atrasos podem comprometer obras de transportes
Reportagem do "Jornal Nacional", da Rede Globo, na noite de ontem (8), revela que, até agora, a pouco mais de três anos da realização da Copa do Mundo de 2014, só foram liberados 3% do dinheiro para as obras de transportes nas 12 cidade que vão sediar o evento no Brasil.
Com base em informação da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Conselho Federal de Engenharia, a reportagem observa que há o risco de essas obras não ficarem prontas a tempo.
Entre as cidades com problemas para resolver no setor de Transportes está Cuiabá, que decidiu trocar o BRT pelo VLT, como alternativa de transporte coletivo. O ministro do Esporte, Orlando Silva, confirma que aceitou a troca.
O Governo de Mato Grosso garante que a obra fica pronta em dezembro de 2013.
Confira a íntegra da reportagem no site G1:
A Controladoria Geral da União calcula que, até agora, tenham sido liberados menos de 3% dos recursos para as obras de transportes nas cidades que receberão jogos da Copa de 2014. O Conselho Federal de Engenharia teme que algumas delas não fiquem prontas a tempo.
A previsão de gastos para as obras de mobilidade urbana, aquelas que vão facilitar a movimentação dos torcedores durante os jogos da Copa, é de quase R$ 11,7 bilhões.
Pelo levantamento da Controladoria Geral da União, atualizado em 19 de agosto, menos de 18% do total, ou R$ 2 bilhões, foram contratados, ou seja, dinheiro que, por enquanto, não foi gasto. Menos de 3% foram executados. Apenas R$ 265 milhões efetivamente pagos aos responsáveis pelas obras.
Para o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), os atrasos podem impedir a conclusão de todas as obras.
“É preocupante. Nós sabemos que muito provavelmente nem todos os empreendimentos de mobilidade estarão concluídos para a Copa de 2014”, avaliou Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea.
Outro levantamento do Ministério do Esporte confirma que a situação é, no mínimo, complicada. Até o início de setembro, sete das 12 cidades-sede ainda não tinham começado ou começaram e paralisado as obras de mobilidade urbana. Brasília é uma delas.
Por problemas na licitação, as obras do VLT, veículo leve sobre trilhos que vai ligar o aeroporto ao centro da capital federal, foram suspensas há quase um ano. A licitação foi cancelada. Uma nova deve ser feita até o fim do ano.
Para o Confea, Salvador é uma das cidades onde as obras correm risco de não ficarem prontas a tempo. O projeto inicial, que previa corredores expressos para ônibus ligando o aeroporto ao centro, foi alterado e incluiu o metrô de superfície. As obras só devem começar em 2012.
A situação é semelhante em Cuiabá. Em vez de corredores para ônibus, o governo estadual agora quer construir um VLT. Nesta quinta-feira (8), o ministro do Esporte, Orlando Silva, informou que aceitou a troca dos meios de transporte das duas cidades.
Mas os governadores terão que se comprometer por escrito a concluir as obras até a Copa do Mundo. O ministro disse que alguns projetos serão cancelados e admite que o ritmo das obras preocupa o governo.
“Esse é um tema que nos causa preocupação. Temos dialogado com os estados e com as cidades de quem é a responsabilidade pela execução dos projetos, mas estamos confiantes de que é preciso andar mais rápido e deixarmos essas conquistas para as cidades”, disse.
O Governo de Mato Grosso declarou que o projeto básico do VLT vai ficar pronto no fim do mês e que trabalha para que a obra seja entregue até dezembro de 2013.
O governo da Bahia afirmou que as obras de transportes devem começar em 2012 e que ficarão prontas até abril de 2014.
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