Volpi não cumpre a jornada porque tem outro emprego. Ele também é contratado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atender em um ambulatório. Lá, o ortopedista deveria dar atendimento durante quatro horas diárias, de segunda a sexta-feira, mas ele também não respeita os horários. Às 15h, ele vai para o Hospital das Clínicas. A pressa tem justificativa: o ortopedista precisa fechar o ponto que abriu às 7h.
Outros casos
O otorrinolaringologista Emanuel Castilho teria de dar plantão de oito horas diárias no Hospital das Clínicas de Botucatu, mas também não cumpre a carga horária. No dia 4 de agosto, por exemplo, ele bateu o ponto às 5h46. Em seguida, foi para casa, onde atende em sua clínica particular.
Às 9h45, horário em que ele deveria estar no Hospital das Clinicas, Castilho sai de carro e faz uma rápida visita na Santa Casa de Botucatu. Aproveita também para comprar frutas, legumes e verduras em uma feira livre. Somente às 14h55 ele volta para o Hospital das Clínicas e fecha o ponto que abriu às 5h45.
Enquanto os médicos não cumprem o horário que recebem para trabalhar, os ambulatórios do Hospital das Clínicas estão cheios de pacientes.
O Hospital das Clínicas da faculdade de medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu passou oficialmente para o estado em janeiro deste ano. A unidade conta com 210 médicos, a maioria docente. Ao todo, 70 são contratados pela Unesp e 140 por uma fundação médica da cidade. Para a superintendência do Hospital das Clínicas, os casos de médicos que não cumprem o horário são isolados.
“Tem duas certezas: não é uma prática corrente no hospital e não é uma prática tolerável no hospital”, afirma Emílio Curcelli, superintendente do Hospital das Clínicas de Botucatu.
Mas nem mesmo a mulher do superintendente cumpre no hospital a jornada de trabalho. A médica Lara de Toledo Curcelli trabalha na Central de Vagas que funciona dentro do HC. A carga horária dela é de quatro horas diárias - das 18h até as 22h. No horário do expediente, a médica não foi localizada no HC. Lara justificou sua ausência afirmando que tem autorização da chefia para trabalhar em casa.
Sindicância
A Secretaria de Estado da Saúde informou que foi aberta uma sindicância para apurar a atuação da médica Lara de Toledo Curceli. O Ministério da Saúde afirma que os médicos Reinaldo Volpi e Emanuel Castilho são servidores públicos federais concursados e que estão cedidos à Secretaria de Saúde. O ministério confirmou que a carga horária dos dois é de quatro horas diárias, mas diz que essa supervisão cabe ao estado. Os médicos Reinaldo Volpi e Emanuel Castilho foram procurados pela reportagem e não quiseram gravar entrevista, mas não quiseram gravar entrevista.
Repórter News - reporternews.com.br
Imagens mostram profissionais não ficavam em hospital de Botucatu, SP. Ministério Público também investigará irregularidade.
Hospital vai afastar médicos que batiam ponto e não cumpriam horário
A Superintendência do Hospital das Clínicas de Botucatu, no interior de São Paulo, decidiu que vai afastar os médicos suspeitos de bater ponto e não cumprir a carga horária prevista em contrato. Eles foram flagrados por uma equipe de reportagem da TV Tem, afiliada da Rede Globo, deixando o local de trabalho para ir à academia ou à feira. Uma sindicância já foi aberta pela instituição para apurar as denúncias. O Ministério Público Estadual também informou que vai investigar o caso.
O ortopedista Reinaldo Volpi trabalha no Hospital das Clínicas de Botucatu e recebe do estado entre R$ 7 mil e R$ 9 mil por mês para cumprir uma jornada diária de oito horas. Mas o médico não respeita a carga horária e realiza outras atividades durante o período em que deveria atendendo pacientes. Durante um mês, com o auxílio de uma câmera escondida, a equipe de reportagem acompanhou a rotina do ortopedista. Ele chega ao hospital por volta das 7h e bate o ponto no relógio digital. O médico deixa o hospital e segue para uma academia de ginástica. Depois, às 8h05, ele deixa a academia e vai para casa.
O ortopedista Reinaldo Volpi trabalha no Hospital das Clínicas de Botucatu e recebe do estado entre R$ 7 mil e R$ 9 mil por mês para cumprir uma jornada diária de oito horas. Mas o médico não respeita a carga horária e realiza outras atividades durante o período em que deveria atendendo pacientes. Durante um mês, com o auxílio de uma câmera escondida, a equipe de reportagem acompanhou a rotina do ortopedista. Ele chega ao hospital por volta das 7h e bate o ponto no relógio digital. O médico deixa o hospital e segue para uma academia de ginástica. Depois, às 8h05, ele deixa a academia e vai para casa.
Fonte:
Do G1 SP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/76720/visualizar/
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