Há três meses, o restaurante universitário (RU) está fechado na hora do almoço, abre apenas para o café da manhã e jantar. Na biblioteca, uma placa avisa que o local “só abre três vezes por semana, durante quatro horas”.
A estudante Kallyta da Silva reclama da greve dos funcionários. “Alguns livros do nosso curso só têm na biblioteca. O jeito é comprar o material. A gente tem que se virar como pode”, diz.
O coral da Serenata de Natal também depende dos servidores para produzir panfletos e cartazes de divulgação. Sem o material para atrair voluntários, o número de inscrições passou de 600 no ano passado para 250 este ano.
“A gente está preocupado de ter no final do ano menos de 100 pessoas cantando. Isso seria recorde histórico negativo para a serenata”, lamentou o organizador do coral Sílvio Salles.
Mesmo parados há mais de 90 dias, os trabalhadores estão recebendo os salários normalmente, uma vez a Justiça considerou a greve é legal.
Os grevistas cobram mudanças no plano de carreira, segundo eles, prometidas pelo governo federal desde 2007. Os trabalhadores reivindicam aumento do piso salarial para três salários mínimos, mudanças nos incentivos de qualificação relacionados a cursos de aprimoramento e abertura imediata de concurso para substituição da mão de obra terceirizada e precarizada na área administrativa e nos hospitais universitários.
O Ministério do Planejamento informou que todos os acordos firmados com a categoria em 2007 foram cumpridos. E que este ano os servidores se retiraram da mesa de negociação, realizada em maio.
Uma nova assembleia dos servidores está marcada para terça-feira (13).
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