Magistrado deve oficializar decisão até abril de 2012; quadro político em MT mudaria radicalmente
De olho em 2014, Taques sonda Julier para prefeito de Cuiabá

Buscando fortalecer seu grupo político, o senador Pedro Taques convidou o juiz federal Julier Sebastião para ingressar no PDT e concorrer a prefeito de Cuiabá em 2012. A informação é de uma fonte do MidiaNews.

O magistrado, que já foi filiado ao PT quando estudava Direito na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e já admitiu anteriormente a possibilidade de ingressar na política, assegurou que avisa até abril se aceita ou não o desafio.

A estratégia de Taques é ampliar a força de seu grupo político, diante da possibilidade de ser candidato ao Governo do Estado em 2014.

Embora não admita publicamente, o senador estuda a possibilidade de concorrer ao Palácio Paiaguás. Ele tem o perfil admirado pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Luppi, que também é presidente licenciado do diretório nacional do PDT, e é um dos principais incentivadores deste projeto.

Assim, a chegada de Julier Sebastião da Silva ao seu grupo político fortalece o discurso de que é necessário priorizar setores sociais de Mato Grosso, como Educação, Saúde e, em especial, Segurança Pública.

Ambos foram responsáveis em desmantelar o poder do chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro.

O grupo liderado por Taques acredita também que o bloco político da situação de Mato Grosso se revela incompetente em prestar serviços básicos ao cidadão, como Educação, Saúde e Segurança Pública, acreditando que isto seja resultado do irregularidade na gestão do dinheiro público.

Diante disso, segundo a fonte, o cenário de combate à corrupção e fortalecimento da Segurança Pública seria promissor para o projeto Pedro Taques ao Governo do Estado.

Reviravolta

A eventual filiação de Julier Sebastião da Silva ao PDT pode gerar uma reviravolta no cenário político. Isso porque levaria ao afastamento de Taques do empresário Mauro Mendes (PSB), candidato derrotado ao Governo do Estado em 2010. Mendes ainda vislumbra a possibilidade de ocupar um cargo eletivo: ou disputaria novamente a Prefeitura de Cuiabá ou partiria para tentar o Governo do Estado.

Atenta a essa movimentação, a cúpula do PR já manifestou interesse no retorno de Mendes. Desta vez, para ser candidato ao Governo do Estado em 2014, com apoio do grupo político da situação.

O governador Silval Barbosa (PMDB) não pode ser candidato à reeleição, uma vez que está impedido pela legislação.

Cauteloso, Mendes prefere não discutir política publicamente, mas, conforme a reportagem apurou, ele já foi sondado pelo seperintendente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal, recém-filiado ao PMDB, para apoiá-lo na disputa em 2012. Em troca, receberia apoio para ser candidato ao Governo do Estado.

Unidade

Diante do resultado da eleição de 2010, na qual duas candidaturas de oposição foram derrotadas, há consenso de que somente a unidade dos partidos derrotados pode levar à vitória nas urnas.

Por conta disso, o projeto de lançar Pedro Taques ao Governo do Estado buscaria manter um bloco partidário com PDT-PSB-PV-PSDB-PPS e outras legendas.

Parte do grupo político ligado ao ex-prefeito Wilson Santos (PSDB) não esconde a empolgação em apoiar Taques. Por outro lado, tucanos ligados ao ex-senador Antero Paes de Barros revelam resistência.

A reportagem do Midianews entrou em contato com o juiz federal Julier Sebastião da Silva.O magistrado se limitou a dizer que, "por ora, não houve convite algum", e preferiu evitar se aprofundar no assunto.