Crise pode adiar oferta de ações da Tigre
O grupo Tigre, fabricante brasileiro de tubos e conexões, está com toda a documentação pronta para iniciar o processo de oferta pública de ações, mas a crise financeira que abateu as Bolsas de Valores em todo o mundo, inclusive a BM&FBovespa, pode adiar os planos da companhia.
Segundo o "Valor" apurou, a empresa estuda se deve protocolar até sexta-feira o pedido de registro de companhia aberta na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o primeiro passo obrigatório para as empresas que querem lançar ações.
Sexta-feira é a data limite para que a Tigre inicie o processo a tempo de fazer a emissão de ações até o dia 27 de outubro. Esse é o último dia para que as empresas determinem o preço da ação utilizando os dados financeiros relativos ao segundo trimestre de 2011.
A CVM determina que empresas podem fazer abertura de capital até 17 dias antes do prazo para publicação do trimestre. Ou seja, se a companhia deseja fazer o fechamento do preço da ação com dados do segundo trimestre, então, têm que fazê-lo até 27 de outubro.
Caso contrário, precisa incluir os dados do terceiro trimestre. Essa data leva em consideração o rito processual de análise da oferta pela CVM (20 dias úteis), os ajustes a ser feitos pela empresa (de cinco a sete dias) e o road show com investidores, de cerca de duas semanas.
Se a Tigre não apresentar a documentação até sexta-feira, perderá a oportunidade de sair com a operação entre outubro e novembro, deixando a emissão para meados de dezembro.
Esse intervalo decorre do tempo necessário para que a empresa possa incluir o balanço do terceiro trimestre, esperar a avaliação da operação pela CVM (20 dias úteis), atender algumas exigências da autarquia e fazer o roadshow com investidores.
Meados de dezembro já é considerado período ruim pelos bancos de investimento, porque os investidores já estão mais "preocupados" com as festas de fim de ano.
Por meio da assessoria de imprensa, a Tigre informa que "vem analisando todas as alternativas disponíveis no mercado como forma de obter os recursos necessários para cumprir o seu planejamento estratégico".
A empresa tem como meta dobrar o tamanho da operação até 2014. Em 2010, a empresa apurou receita líquida de R$ 2,1 bilhões, crescimento de 18% em relação ao valor registrado no ano anterior.
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