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Nacional
Terça - 06 de Setembro de 2011 às 09:34

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No bairro São Miguel, em Ilhéus, cidade ao sul da Bahia, o mar está avançando sobre as casas cada vez mais rápido. De um lado está o mar e cerca de 100 metros depois, está o rio Almada, que sofre os efeitos da maré alta.

O rio está cada vez mais largo e faz curvas provocadas pela erosão. Isso tem destruído algumas casas que ficam às margens. "Eu tinha um quintal que variava entre cinco e dez metros, e hoje eu estou com a casa dentro do rio", conta o aposentado Arivaldo Lima.

Aproximadamente dez mil pessoas moram ou passam uma temporada no bairro. São Miguel tem moradias simples e também as mais caras. A preocupação da população do bairro é com a ação do mar combinada com ventos fortes. A pescadora Valdeci Maria de Jesus diz que falta pouco para a maré invadir a casa dela. "A gente não tem  dinheiro. Precisamos de ajuda", revela a pescadora.

O local onde ficava a rua principal do bairro há 20 anos foi tomado por areia. Para proteger as casas, alguns moradores construíram contenções com sacos de areia, pedras e entulho. O pescador Jasonias Cézar lembra como era o lugar há 30 anos, quando ele foi morar no local. “Antigamente, para atravessar a passarela de um lado para o outro e chegar à beira da praia, cansava as pernas, tinha até mata. Onde a água [do mar] bate hoje seria casa”, conta Jasonias Cézar de Jesus.

A contenção de encosta feita com pedras evita o avanço da maré até as casas. Em alguns locais do bairro de São Miguel, só restam pedaços de construção de uma casa que não recebeu a contenção e por isso foi levada pela água.

Para os moradores, o problema se agravou com a construção do porto que deveria ter começado uma obra de contenção ao longo da faixa de areia até o bairro São Domingos.

"Ficou decidido pelo Ministério Público que a Codeba deve fazer de forma imediata, sob a pena de R$ 1 mil por dia, a contenção para impedir o avanço da maré. O prazo esgotou e nós estamos aqui esperando uma solução", explica Francisco Sérgio Gomes dos Santos, presidente da Associação dos Moradores do São Miguel.

A Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) informou que estão sendo tomadas providências para atender a decisão judicial, mas a solução definitiva depende de um projeto grande de interferência no mar, que já está em estudo.






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