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Nacional
Terça - 06 de Setembro de 2011 às 08:16
Por: MARIA HELENA BENEDET

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Depois de duas tentativas, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Propina, da Câmara de Sorriso (município localizado a cerca de 80 km de Sinop), conseguiu ouvir o vereador afastado, Gerson Luiz Frâncio (PSB), o Jaburu. A oitiva do parlamentar aconteceu ontem, na sede do Legislativo e a portas fechadas. A comissão investiga denúncias de pedido de propina ao Poder Executivo, que resultou na prisão de três vereadores e uma empresária, esposa de um vereador, no dia 17 de junho.

Sem mudar nada em relação aos depoimentos dados ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Polícia Civil (PC), durante cinco horas, Gerson Luiz esclareceu dúvidas à comissão e manteve a mesma versão.

“Foi a mesma versão dada desde o início, a mesma defesa, não mudou uma vírgula”, garantiu o advogado de defesa do vereador, Rogério Ferreira da Silva. “Desde 2009, o vereador [Gerson] vinha sendo assediado pelo Executivo e chegou a fazer um boletim [de ocorrência], prestou depoimento à polícia, pois pretendia armar o flagrante contra o prefeito [Clomir Bedim/PMDB] sobre esses assédios que vinha sofrendo. Mas, como o Gerson fala muito, o assunto vazou na Câmara e chegou aos ouvidos do prefeito, que se antecipou e armou tudo isso, pois o que ele queria era se livrar do Chagas [um dos vereadores presos, também afastado do cargo] e do Gerson, pois eram os entraves dele na Câmara”, explicou o advogado. “Tudo isso, o depoimento dele dado à polícia, está nos autos como prova para sua defesa”, completou.

O defensor falou ainda que o delegado Bráulio Junqueira, que ouviu o vereador Gerson na época, em outubro de 2010, foi ouvido como testemunha de defesa e em depoimento confirma que ouviu o parlamentar sobre o caso. Conforme Rogério, depois que a intenção do vereador foi descoberta é que o Executivo teria feito a denúncia.

“Em dezembro de 2010 é que eles fizeram a denúncia no Ministério Público e o depoimento do Gerson foi em outubro, dois meses antes”, frisou. “Isso mostra que tudo não passa de uma armação, pois até eles se armarem era só promessa de valores”, contou referindo-se a intenção de Jaburu em gravar o prefeito oferecendo dinheiro.

O defensor do parlamentar falou ainda sobre as gravações feitas pelo ex-secretário Santinho Salerno. Rogério assegurou que as gravações foram cortadas. “Foi tudo editado e, como a comissão não tem uma cópia da original, não tivemos como comparar as gravações”, lamentou. “Mas foi tudo armado”, emendou.

Rogério Ferreira destacou que o parlamentar foi vítima de uma armação embora não tenha tanta confiança no julgamento da Câmara. “É um julgamento político e não feito pela Justiça, a gente não sabe no que vai dar. Mas todas as provas estão lá”, frisou.

Conforme o advogado, o vereador sofre de depressão e transtorno bipolar que se agravaram com a prisão. Além de Gerson, também foram detidos pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), por determinação do MPE, os vereadores Chagas Abrantes e Roseane Marques (também afastada), e a empresária Filomena Maria Alves do Nascimento Abrantes, esposa de Chagas. Eles foram acusados de pedir propina à Prefeitura em troca de apoio no Legislativo.




Fonte: Do DC

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