Ajudante de pedreiro foi visto pela última vez na noite de 14 de julho. Divisão de Homicídios afirma que não vai encerrar as buscas ao corpo.
PMs acusados de matar Amarildo passam noite em unidade prisional
Os dez PMs acusados de matar o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza na favela da Rocinha, no Rio, passaram a primeira noite na unidade prisional da corporação.
Os dez PMs se apresentaram nesta sexta (4) à noite e já estão presos na unidade prisional da Polícia Militar. São o ex-comandante da UPP da Rocinha, Major Edson Santos, o ex-subcomandante, tenente Medeiros, o sargento Ribas, e os soldados Vital, Marlon, Jorge Luís, Victor, Maia, Wellington da Silva e Brasil. Todos são acusados de tortura, seguida de morte e ocultação de cadáver. E negam as acusações.
“Não há nenhuma prova conclusiva. Na segunda-feira, eu pretendo fazer um pedido de reconsideração à autoridade judiciária para a revogação da prisão preventiva”, disse o advogado Marcos Espínola.
Amarildo de Souza foi visto pela última vez na noite de 14 de julho. Segundo o comando da UPP, ele foi levado para averiguação. Mas de acordo com a denúncia, o motivo foi outro.
“Nós comprovamos, de forma clara e evidente, que o motivo pelo qual Amarildo seria levado à sede da UPP era para ele fornecer informações sobre drogas e armas”, afirmou a delegada Ellen Souto - presidente do inquérito.
A Justiça autorizou a escuta nos telefones dos indiciados. “Nós flagramos um dos indiciados falando a seguinte expressão para a sua namorada: "eles já sabem o que aconteceu, só não têm como provar”, diz Rivaldo Barbosa, delegado.
Os policiais dizem ainda que a tortura era uma prática entre o grupo. “São 22 depoimentos detalhados, narrando quase que coincidentemente todos os mecanismos utilizados pelo comandados do Major Edson, sempre objetivando informações sobre drogas e armas”, acrescentou Ellen Souto.
“Nós não temos nada a indicar que nenhum participante, nenhum acusado torturou ou Amarildo ou quem quer que seja”, afirma o advogado Saulo Alexandre.
O secretário de Segurança do Rio disse que o caso não compromete o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora. “A polícia entregou estes policiais à disposição da Justiça. Eu acho que isso não enfraquece absolutamente a UPP”, disse José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública- RJ.
A Divisão de Homicídios afirma que não vai encerrar as buscas ao corpo de Amarildo de Souza. Inclusive já marcou para a semana que vem uma operação na tentativa de localizar os restos mortais do pedreiro. Além disso, o material genético de oito corpos não identificados será confrontado com o DNA dos parentes de Amarildo.
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