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Economia
Segunda - 05 de Setembro de 2011 às 17:11
Por: Nalu Fernandes

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O IPCA em agosto deve avançar 0,35%, mais que o dobro da variação registrada em julho pelo indicador (0,16%), afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, o analista acrescentou que pode elevar a projeção para o IPCA neste ano para um nível superior ao do teto da meta de inflação, depois da divulgação do número, que ocorre nesta terça-feira, 6. Logo depois da decisão do Copom, na última semana, a projeção para o IPCA em 2012 já foi elevada pelo analista, de 5,2% para 6,0%. "A defasagem entre a decisão de política monetária e o efeito total dela na economia vai se concentrar em 2012", disse.

Agostini prevê, por enquanto, IPCA nos 6,5% do teto da meta de inflação para 2011. "Mas há chances de ficar acima do limite superior da meta. Há algum tempo estamos alertando nossos clientes sobre a trajetória de alta do IPCA, principalmente mudando de patamar mesmo depois da crise de 2008", disse. A projeção de alta de 0,35% tem os itens Alimentação e Transportes como as principais pressões de alta, mas Agostini avalia que o número pode ficar acima do projetado. O analista está aguardando a divulgação do IPCA, amanhã, para uma eventual revisão do número neste ano.

Já o quadro de inflação em 2012 é alimentado pela expectativa de grandes investimentos e pela demanda interna, de acordo com o analista. Agostini avalia que o consumo das famílias deve continuar adicionando pressão para a inflação. Ele estima que as importações, crescendo quase 14% neste ano, estão dando suporte para suprir a demanda. "Se não tivéssemos importação crescente, certamente a projeção para o IPCA (2011) estaria acima de 7%. Com a importação crescendo, acaba ampliando a oferta doméstica e mantendo os preços no varejo com um certo controle", ponderou.

O cenário central do analista embute expectativa de recessão para algumas economias da zona do euro, mas não de forma a causar retração da economia global. "(O processo) não deve mexer na dinâmica da expectativa de crescimento do PIB da economia brasileira, porque esta tem sido apoiada principalmente pelo consumo das famílias, que, na sexta-feira, atingiu a marca de 31 trimestres consecutivos de crescimento", afirmou.

Em face de um desempenho esperado pior para a indústria, Agostini reduziu de 4,0% para 3,6% a projeção para o PIB do País neste ano. O setor de serviços, estimulado pelo mercado de crédito, deve ainda sustentar o consumo das famílias. Para 2012, a previsão continua em 4,2%. "O consumo das famílias representa dois terços do PIB brasileiro e é isso que deve nortear o crescimento em 2012".

Para a política monetária, o economista projeta taxa Selic encerrando este ano em 11% e fechando 2012 em 9%. Se o BC mudar de posicionamento, com uma postura mais enérgica contra o avanço da inflação, cita Agostini, o IPCA pode começar a convergir em direção ao centro da meta em 2013.





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