Dez presos fugiram, na tarde de domingo (04), do presídio Desembargador Luiz de Oliveira Sousa, em Arapiraca, a 102 km da capital alagoana. Após a fuga, os detentos invadiram o campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), vizinho à instituição penal, onde cerca de mil pessoas participavam de um concurso público para o Instituto Federal de Alagoas (Ifal).
Durante a ação, policiais cercaram a universidade e tentaram conter os fugitivos com disparos de armas de fogo e bombas de efeito moral. Assustados, os fiscais do concurso, para proteger os alunos, trancaram as portas e todos se deitaram no chão. Ninguém ficou ferido.
Segundo a Polícia Civil, que deve se pronunciar oficialmente sobre o caso amanhã, cinco presos foram recapturados. A Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), responsável pelo concurso, anulou as provas e decidirá, também na segunda, uma nova data e um novo local para realizar os testes.
No ano passado, a Ufal já sofreu os efeitos de uma fuga. Durante o horário de aulas, os detentos fugiram do presídio, invadiram salas e vários tiros foram disparados. A violência levou os professores, em uma carta aberta distribuída ontem, a pedirem a construção de um muro de proteção na universidade.
"Construído em um terreno cedido, tendo um presídio ao centro, o campus de Arapiraca já inicia a sua trajetória em uma localização perigosa. Este perigo é multiplicado pela ausência de um muro que, ao menos, possa evitar a entrada dos disparos da segurança do presídio em situações de fuga", disseram os docentes. "No ano de 2010 vivenciamos um movimento de fuga e as marcas dos tiros estão até hoje em nossas paredes. As normas de segurança estabelecem que qualquer construção habitacional tem que estar, no mínimo, a 600 m de um presídio. O presídio dentro de uma universidade é uma tragédia pré-anunciada."
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