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Nacional
Sábado - 03 de Setembro de 2011 às 18:04

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A falta de profissionais aptos para ocupar cargos de liderança tem prejudicado as grandes empresas, segundo especialistas consultados pela Folha. Elas não são as únicas: micro e pequenos negócios também se queixam da lacuna de gestores.

"Todas as empresas estão sendo afetadas pelo problema, mas as grandes têm um nível de profissionalismo que, muitas vezes, as pequenas não têm", afirma o diretor-presidente da consultoria Asap, Carlos Eduardo Ribeiro Dias.

O consultor afirma, contudo, que, independentemente do tamanho, com "processos bem-feitos, é possível sofrer menos".

A carência de líderes mais intensa entre pequenos e médios negócios tem reflexo direto nos grandes, na avaliação do coordenador do programa de liderança da HSM Educação, Gilberto Guimarães.

"A pequena empresa forma os líderes que vão para as grandes", afirma.

Sérgio Pereira Guimarães Júnior, 48, diretor da Vallor Urbano, de urbanização, desistiu neste mês de preencher a vaga que abriu em março para gerente de marketing e relacionamento com cliente.

"Não é só tempo que perdemos, mas temos uma deficiência na estrutura do negócio, e perdemos também competitividade", conta.

Como alternativa, o empresário diz que começa a formar talentos dentro da própria empresa. "O que também não é fácil", afirma.

Guimarães conta que encontrava problemas de perfil entre os candidatos à vaga. "Ou você encontra alguém que tem muita técnica ou alguém que não tem compromisso", ressalta.

Flávio Porto, 34, sócio da agência Kindle, de publicidade, está há seis meses tentando encontrar três gestores. "É a experiência que barra, porque, em propaganda, a gente não vê esses profissionais tão desenvolvidos", afirma.

CUSTOS
Além do comportamento, empresários creditam ao custo a dificuldade de encontrar bons profissionais para ocupar altas posições. "O maior problema hoje é remuneração", afirma Sérgio Amad, 32, gerente de recursos humanos da Regatta, de acessórios náuticos e embarcações.

Para uma vaga com remuneração de R$ 8.000, os profissionais têm pedido R$ 10 mil ou mais, diz ele.

Há 40 dias, Amad tenta preencher vagas de gerência. Entrevistou nove candidatos, mas diz não encontrar ninguém que se encaixe no perfil.

A empresa tem de recorrer ao mercado para encontrar líderes porque tem "problemas de formar sucessores para os cargos", segundo o gestor.

A NL Informática, do segmento de tecnologia da informação, também passa pela carência de líderes.

Grasiela Tesser, 28, diretora comercial da empresa demorou cinco meses para contratar o gestor que precisava. "O nível [salarial] está alto para posições de liderança e isso impede as contratações", diz.






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