O padre que vai celebrar a união, Wilson Czaia, também é surdo e veio do Paraná apenas para oficializar o matrimônio.“Vai ser uma cerimônia tradicional”, diz a noiva, de 24 anos, que trabalha como assistente de vendas em uma loja de produtos esportivos.
Como 90 dos cerca de 250 convidados não têm deficiência auditiva, um intérprete vai traduzir para os ouvintes as palavras de Czaia. A cerimônia também terá uma banda tocando ao vivo. “A música é para os convidados e também para Patrícia”, diz Pedro, de 26 anos.
A surdez de Patrícia é severa, o que significa que ela consegue compreender cerca de 30% dos sons que ouve. No caso de Pedro, a deficiência é profunda – ele não é capaz de perceber ou identificar a voz humana.
Os noivos se conheceram há três anos. Ele estava se formando em sistema de informações e ela entrando na faculdade de pedagogia. Pedro, que já tinha se relacionado com pessoas ouvintes antes, conta que a identificação foi imediata. “Com [uma pessoa] ouvinte, você acaba tendo algumas dificuldades de comunicação. Nós [surdos] temos uma cultura própria”, diz.
A surdez de ambos foi provocada pela contaminação de rubéola das mães durante a gestação. Como a deficiência não é genética, os filhos de Pedro e Patrícia provavelmente não terão a deficiência. Mas Pedro conta que filhos são um projeto apenas para daqui a alguns anos. O foco agora está na cerimônia deste sábado e na lua de mel de uma semana em Macéio. O casal viaja na segunda-feira (5).
Noivo conta que a identificação foi imediata. "Temos uma cultura própria", diz Pedro. (Foto: Jamila Tavares /G1)
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