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Cidades/Geral
Sábado - 05 de Outubro de 2013 às 18:31

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Os hospitais regionais de Mato Grosso permanecem sucateados, mesmo após a gestão ter passado para as Organizações sociais de Saúde, de acordo com as fiscalizações in loco realizadas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), nos últimos cinco anos.

Conforme relatório divulgado no começo desta semana, em Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), os pacientes são mantidos internados no corredor mais de 48 horas, por falta de vagas nas enfermarias.

Na recepção do pronto-atendimento, há superlotação e os pacientes ficam na fila de espera por uma consulta mais de três horas.

A Secretaria Estadual de Saúde repassou, somente em 2013, o total de R$ 28,6 milhões ao Hospital Regional de Cáceres e outros R$ 21,5 milhões ao Hospital São Luiz.
 


"Acho que as OSS só ajudaram com a falta de recursos dos pronto-socorros. Eles recebem três, quatro vezes mais dinheiro do que os pronto-socorros"
 

No Hospital Regional de Colíder (650 km ao Norte da Capital), a sala do pronto-atendimento está com materiais e insumos dispostos inadequadamente. A área de preparo de medicação está em condições ideais.

Crianças e adultos estão internados no mesmo ambiente, em leitos inadequados, sem conforto para o acompanhante.

O equipamento de raio-X portátil fica disposto no corredor , sem qualquer controle quanto ao acesso ao equipamento.

Fiscais do CRM detectaram que, em Sorriso (420 km ao Norte, o Pronto-Atendimento Adulto do hospital regional, os pacientes internados e em observação ficam nos corredores da unidade, por falta de vagas nas enfermarias e pela dificuldade na regulação para outras unidades de saúde.

Já o Hospital Regional de Sinop (500 km ao Norte), adquirido pelo Estado na gestão do deputado federal Pedro Henry (PP), na Secretaria de Estado da Saúde, na área de acesso das ambulâncias, as macas e pranchas estão dispostas ao ar livre, sem qualquer tipo proteção.

O consultório médico é improvisado como enfermaria, pela dificuldade em providenciar a transferência dos pacientes.

Na enfermaria de observação, estão com leitos em excesso para a área, sem acomodação para acompanhante, com climatização inadequada e banheiro interditado para o uso. Há infiltração nas paredes.

A ex-presidente do CRM-MT, Dalva Neves, que acompanhou parte das fiscalizações, comentou que as Organizações Sociais de Saúde não mudaram a realidade dos hospitais regionais.

“Acho que as OSS só ajudaram com a falta de recursos dos pronto-socorros. Eles recebem três, quatro veze,s mais dinheiro do que os pronto-socorros”, disse a médica.

Ela observou ainda que eles não são porta aberta, ou seja, só recebem pacientes regulados.

“Eles atendem serviços de média e alta complexidade. O Pronto-Socorro atende de tudo. As policlínicas não funcionam. Estes, sim, deveriam ser priorizados e receber mais investimentos”, completou.

PSVG, o pior

No começo da semana, o CRM-MT divulgou um estudo que aponta o Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande como a pior unidade de Saúde Pública de Mato Grosso.

A avaliação é resultado de cinco de fiscalizações realizadas pelo conselho nas unidades de Saúde do Estado.

O balanço foi apresentado pela ex-presidente do CRM, Dalva Neves, que deixou o cargo na terça-feira (1º). Ela foi substituída pelo médico Gabriel Felsky dos Anjos.

“Dos dez leitos de UTI do Pronto-Socorro de Várzea Grande, quatro estão desativados e outros seis funcionam em situação precária. O repouso dos médicos tem infiltração nos banheiros e, pelo que percebemos, a situação, ao invés de melhorar com o tempo, só piorou”, relatou a médica.
 






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